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2 janeiro 2025

Bebés de inverno

​​​​​​​​​Após o regresso à escola, e com a chegada dos meses de frio, começa a angústia dos pais: o aparecimento das primeiras infeções.​​

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​Texto de Mariana Coutinho Nogueira | Pediatra no Hospital CUF Descobertas

​O inverno é a época de excelência de circulação ​de microrganismos. As temperaturas baixas e a diminuição dos raios UV contribuem para uma maior sobrevivência dos mesmos. Além disso, as vias respiratórias ficam mais secas e são menos eficazes na eliminação de agentes externos, o que, aliado à permanência mais longa em espaços fechados, é a receita ideal para a transmissão de vírus e bactérias.

Há, assim, um aumento exponencial do número de infeções, em particular respiratórias, como é o caso da gripe.

Nas crianças, os principais agentes causadores de infeção mais frequentes são o vírus influenza, o rinovírus, o vírus sincicial respiratório e o adenovírus. Na escola são constantemente expostas a novos vírus, podendo transitar naturalmente de uma infeção para outra e perpetuar sintomas como ranho, tosse, febre e diarreia, ao longo de vários meses.

A frase é comum: «O meu filho está sempre ranhoso e constipado». Isto é particularmente verdade nos bebés que iniciam a creche, numa altura que coincide, também, com a diminuição dos anticorpos transmitidos pelo leite materno, a partir dos seis meses.

Em caso de aparecimento de sintomas respiratórios, os cuidados incluem lavagem nasal, fracionamento de refeições, elevação da cabeceira da cama e vigilância de sinais de alarme como falta de ar, vómitos persistentes ou recusa em comer, que obrigam a observação médica.

No caso das crianças mais pequenas, sobretudo antes dos quatro meses, o sistema imunitário é mais vulnerável e pode não ser capaz de responder eficazmente contra a infeção.

Além disso, as particularidades das vias respiratórias, nesta faixa etária, podem tornar a doença mais grave ou originar complicações. Os “bebés de inverno” estão, por isso, sujeitos a infeções potencialmente mais agressivas. Para ajudar a evitá-las, é importante cumprir o Programa Nacional de Vacinação, que permite melhorar a resposta imunitária do bebé, e redobrar os cuidados, em especial nos primeiros meses de vida. Os cuidadores devem higienizar frequentemente as mãos, diminuir o número de visitas ao bebé, em particular no primeiro mês, ventilar os espaços e evitar o contacto com pessoas doentes. Isto não é, no entanto, sinónimo de ter de ficar sempre em casa. Os passeios ao ar livre são benéficos, tanto para o recém-nascido, como para a família.
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