Sónia já não tem de escolher entre adquirir os medicamentos de que a família precisa ou outros bens essenciais, com a ajuda do Programa Abem: Rede Solidária do Medicamento, uma iniciativa da Associação Dignitude, que visa responder a problemas de acesso ao medicamento de pessoas em condição económica mais fragilizada.
«Pedi ajuda quando o meu marido teve um problema oncológico. Em casa, todos precisamos de medicação, principalmente a minha filha, que tem epilepsia», conta a utente habitual da Farmácia Luz Marques, em Figueira de Lorvão, no distrito de Coimbra.
Esta é uma das farmácias comunitárias aderentes ao programa Abem, que já ajudou mais de 42 mil pessoas. «Há famílias que passaram a levar de forma mais assídua os medicamentos de que precisam», constata a diretora técnica da Farmácia Luz Marques, Olinda Marques.
Inserida num meio rural e servindo toda a freguesia, a Farmácia Luz Marques é a prova da importância da proximidade e da relação de confiança com as pessoas. «Conheço toda a gente. Os nomes, as famílias, a história. Há um percurso de proximidade muito grande com as pessoas e isso significa que também existe compreensão perante as dificuldades», diz.
Neste sentido, a presidente da ANF, Ema Paulino, sublinha o papel das farmácias comunitárias no assegurar das terapêuticas das pessoas ao longo dos anos. «As farmácias têm tradição em garantir a acessibilidade ao medicamento, mesmo em circunstâncias em que as pessoas não tinham condições económicas para os pagar no imediato», afirma.
Foi com base na consciência de que a aquisição de medicamentos constitui uma dificuldade para muitos que a ANF se associou ao Programa Abem: Rede Solidária do Medicamento, que funciona com base em donativos, cujo valor é 100% destinado aos beneficiários. «O nosso objetivo é estar sempre perto do nosso utente, do nosso doente ou da pessoa que nos procura apenas para uma informação banal», assegura a presidente da Comissão Organizadora das Comemorações dos 50 anos da ANF, Maria da Luz Sequeira.