Política de utilização de Cookies em Revista Saúda Este website utiliza cookies que asseguram funcionalidades para uma melhor navegação.
Ao continuar a navegar, está a concordar com a utilização de cookies e com os novos termos e condições de privacidade.
Aceitar
31 janeiro 2020
Texto de Marta Xavier Cuntim (psicóloga) Texto de Marta Xavier Cuntim (psicóloga)

Amor em Paz

​​​​​Ajude os seus filhos a criar relações amorosas sem violência.

Tags
A violência no namoro surge quando o/a parceiro/a magoa (física, emocional ou sexualmente) e tenta controlar a relação e/ou o outro. É um acto de violência, pontual ou contínuo, com o objectivo de poder e controlo sobre a outra pessoa envolvida na relação. Há exemplos comuns de violência no namoro, como:

  • Controlar o telemóvel, nomeadamente chamadas e mensagens.

  • Controlar as redes sociais, pedir as passwords para aceder e condicionar o que se diz ou escreve.

  • Proibir o uso de determinado tipo de roupa, como roupas justas, decotes, minissaias.

  • Impedir que se relacionem com outras pessoas e amigos. Querer que passem todo o tempo sozinhos ou isolados.

  • Usar os ciúmes como forma de controlo para o que se diz ou faz.

  • A depreciação e crítica constantes: «Tu não vales nada, só eu é que estou para te aturar» ou, «Se não fosse eu ninguém te queria» são frases comuns neste tipo de relacionamento.

  • Tentar tocar no corpo do outro, forçar carícias ou relações sexuais.

Todos estes exemplos são formas de violência no namoro. Pretendem magoar, humilhar, controlar e assustar o outro. Os pais têm um papel fundamental nestas situações. A forma como educam os filhos e a atenção que lhes dão no dia-a-dia podem evitar algumas delas. O que os pais fazem, valorizam e dizem, e a forma como se comportam, são o exemplo que os filhos vão seguir. Se os pais respeitam as mães e as mães respeitam os pais, esse exemplo tende a ser imitado pelos filhos. A violência e o controlo não são forma de expressar amor por outra pessoa e essa é uma mensagem que educadores, pais e família devem promover.

Assim, são precisos pais e mães que:

  • Dizem o que sentem, se impõem, exprimem a sua vontade e não se deixam intimidar.

  • Não relativizam a violência nas relações e ensinam os filhos a não tolerarem atitudes e comportamentos agressivos.

  • Não fazem nem aceitam comportamentos e piadas machistas.

  • Conversam com os filhos sobre o bom e o mau das relações.

  • Têm auto-estima e incutem esse valor aos seus filhos.

  • Dizem aos filhos que são únicos e importantes, e que as suas opiniões, vontades e emoções importam.

  • Respeitam a privacidade dos filhos. 

  • Ensinam a dizer não.

  • Estão atentos às rotinas dos filhos, formas de vestir e grupos de amigos, porque alterações nestas áreas podem indiciar comportamentos agressivos por parte dos/as namorados/as.

Pequenos gestos, atitudes e conversas quotidianas podem fazer toda a diferença quando um jovem se vê confrontado com uma situação de violência no namoro. A forma como vê os pais reagir a estas situações quando acontecem com terceiros pode ser encarada como um prenúncio para a forma como iria reagir com eles. A casa deve ser um ambiente de segurança e os pais os seus principais defensores. 

No dia 14 de Fevereiro celebra-se o Dia de São Valentim, o Dia dos Namorados, o Dia Europeu das Disfunções Sexuais e o Dia Nacional do Doente Coronário. Nesta altura, surgem estudos a alertar para a violência doméstica e a violência no namoro. E nunca é de mais abordar este tema.
Notícias relacionadas