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7 abril 2018
Texto de Jaime Pina (Médico, Fundação Portuguesa do Pulmão) Texto de Jaime Pina (Médico, Fundação Portuguesa do Pulmão)

Adeus alergia, olá alegria

​​​​Como minimizar os efeitos.

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​No dia 20 de Março, às 16 horas, começou oficialmente a Primavera e, com ela, os dias mais longos e quentes. O mundo vegetal explode e os pólenes também. Os elementos  ​reprodutores masculinos das plantas são ​grãos microscópicos que, uma vez libertados e conduzidos pelo vento e pelos insectos, as vão fecundar. Em Portugal existem pólenes na atmosfera todo o ano mas a concentração atinge o pico entre Abril e Julho. Os mais representativos são os das gramíneas, da erva parietária (conhecida por alfavaca de cobra), da oliveira, do plátano (sobretudo em áreas urbanas), do pinheiro, da azinheira e das acácias. Para os alérgicos aos pólenes, a Primavera é uma estação de grandes tormentos, que variam de acordo com os órgãos que expressam a alergia. Olhos vermelhos, lacrimejantes e pruriginosos traduzem a reacção alérgica da conjuntiva ocular. Muitas vezes, o prurido atinge a pele exposta e pode ser acompanhado de lesões inflamatórias visíveis a olho nu – dermatite ou mesmo urticária.

O aparelho mais afectado costuma ser o respiratório. Nariz tapado, alternando com períodos de abundante secreção, prurido e espirros, significa que o órgão de choque é a mucosa nasal. Garganta sensível com intensa comichão diz-nos que a faringe foi atingida. Quando tal acontece na laringe, surge a rouquidão ou mesmo a afonia – o doente quer falar mas o som não sai. Se continuarmos a descer no aparelho respiratório, a tosse seca, contínua, incomodativa, indica-nos que a alergia está a afectar a traqueia. ​Caso se manifeste na árvore brônquica surge a mais grave expressão, a asma brônquica, com tosse seca, pieira e dificuldade respiratória. Muitos doentes têm isto tudo simultaneamente.

Actualmente há fármacos maravilhosos para controlar de forma eficaz estas manifestações.

Para minimizar o impacto destas manifestações, adopte os seguintes comportamentos:

  • Passe os períodos de maior polinização junto ao mar, onde, graças à maior humidade, há menor concentração na atmosfera. Pelo mesmo motivo, a opção de férias e lazer deve ser junto ao mar​
  • Areje a casa nas horas com menor concentração de pólenes: antes do nascer e após o pôr-do-sol. Certifique-se que as janelas ficam bem vedadas para evitar a entrada de pólenes. Se puder, permaneça no interior de uma habitação durante as horas de maior intensidade de vento
  • Nunca saia sem óculos, de preferência escuros
  • Quando viajar de automóvel, feche as janelas – o carro comporta-se como um concentrador de pólenes
  • Se viajar de mota, use um capacete integral com a viseira fechada
  • Nos períodos de maior polinização, evite praticar exercício físico ao ar livre, caçar ou acampar
  • Não brinque nos relvados e afaste-se dos que estão a ser tratados: o corte da relva origina uma intensa libertação dos pólenes
  • Evite ter em casa plantas polinizadoras ou coloque-as no exterior durante a época de polinização.


Se tiver estes cuidados, a Primavera será muito mais agradável.
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