Os portugueses estão entre os povos da OCDE que mais pagam do seu bolso para os medicamentos, apesar de Portugal ter dos preços mais baratos da Europa. O contrassenso tem a ver com os níveis de comparticipação do Estado, aponta a presidente da Associação Nacional das Farmácias (ANF), que defende uma revisão do regime, intocado há mais de 20 anos.
Em entrevista ao programa “Conversa Capital”, uma parceria entre o Jornal Negócios e a Antena 1, Ema Paulino explicou que o atual sistema de comparticipação de medicamentos é um mosaico complexo, composto por múltiplos e diferenciados regimes e exceções, por vezes desajustado das necessidades da população, e potencialmente indutor de casos de injustiça social. «Fazia todo o sentido poder olhar de uma forma holística e global para o regime de comparticipação. Já tem alguns anos. Ver se ainda é adequado, se abrange todas as situações de vulnerabilidade. Também aproveitar para rever do ponto de vista do arsenal terapêutico», disse, defendendo «um trabalho mais profundo sobre esta matéria, até porque Portugal continua a ser dos países da OCDE em que as pessoas pagam mais do seu bolso para a saúde».