No hospital espanhol onde Sofia Martins fez reabilitação para aprender a viver com paraplegia, existia a possibilidade de fazer desporto adaptado. Experimentou algumas modalidades, entre as quais o basquetebol. «Na altura até quiseram que eu fizesse parte da equipa, mas como como era portuguesa não poderia participar no campeonato». Acabou por desistir.
Quando regressou a Portugal, trouxe a vontade de fazer desporto e escolheu o ténis, modalidade que já a interessara antes de se deslocar em cadeira de rodas. «Não tinha jogado e sempre gostei», recorda. Decidiu desafiar um treinador sem experiência no ténis adaptado, que aceitou prontamente a proposta.
«Hoje, é o responsável pelo ténis em cadeira de rodas da Federação Portuguesa de Ténis», revela Sofia. «Foi uma sorte ter aceitado, foi muito bom jogar». Era a única mulher em Portugal a jogar ténis adaptado o que, para que pudesse participar, obrigou o campeonato, até então masculino, a passar a misto.
Com o ténis vieram também as viagens «pelo país e ao estrangeiro para ir jogar», unindo duas componentes muito importantes na recuperação: viajar e fazer desporto. Chegou mesmo a deslocar-se sozinha. O ténis prolongou-se por alguns anos até que que começou a trabalhar. Reduziu a prática, depois vieram as lesões e as tendinites. «Todas essas coisas fizeram com que tivesse deixado o ténis, com grande pena, porque gosto muito. Quem sabe um dia volte».