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6 julho 2018
Texto de Sónia Balasteiro Texto de Sónia Balasteiro Fotografia de Mário Pereira Fotografia de Mário Pereira

À descoberta da história da Maçonaria

​​​​​Em Troviscais Cimeiros há um museu único. 

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Numa aldeia do concelho de Pedrógão Grande, Troviscais Cimeiros, descobrimos um dos grandes segredos da zona: o Museu da República e Maçonaria, que tem Aires Henriques aos comandos. 

Abriu ao público em 2012, data do protocolo com o Grande Oriente Lusitano, e conta a história da República e da Maçonaria a partir de 1880. É um dos três museus de toda a Península Ibérica a fazê-lo e é também senhor de um imenso espólio.

«A República tem, logo no início, um pedroguense ligado ao sistema das escolas móveis. Foi com as escolas móveis que a República começou por lutar contra o analfabetismo do povo», conta o anfitrião, Aires Henriques.

Também a Maçonaria «traz as grandes ideias do progresso. Começa por ser contra o absolutismo e defender o liberalismo», explica, visivelmente apaixonado pelo tema, a que dedicou uma vida inteira.

Estar neste museu privado permite desvendar um pouco dos mistérios da Maçonaria, que tem como princípio base o homem como uma pedra, mas uma pedra muito especial. Uma pedra com força e ânimo próprio para se transformar. «O trabalho do maçom é transformar-se ao longo de toda a vida, com respeito pelo próximo e num processo contínuo de mudança, com vista ao aperfeiçoamento», diz o guia.

A Maçonaria traz duas coisas essenciais: evitar falar de política partidária e «o que está acima das coisas é o mais importante, sobretudo a liberdade», descreve Aires Henriques.
 
Outra questão fundamental são os princípios. «Não se discute religiões, mas princípios: fraternidade, liberdade, justiça, tolerância, respeito pelo próximo».

«A Maçonaria foi sempre de algum modo sigilosa, mas sobretudo a partir do Estado Novo, em 1935, porque foi proibida em Portugal». O conjunto agora exposto no museu conta a história maçónica de Joaquim Oliveira Simões, grão-mestre adjunto nesses anos 30. «Este acervo é importantíssimo porque estava disperso, andou por vários locais e um dia foi reunido», congratula-se Aires Henriques. 

No que diz respeito à República, destacam-se duas peças: uma estatueta de corpo inteiro da República, com cerca de 60 centímetros, «muito bela, feita na escola das Caldas da Rainha, com grande rigor, e sentido patriótico e artístico». 

Também importante, devido à sua raridade, é um jarrão de Massarelos, com a figura de Rodrigues de Freitas, primeiro deputado republicano ao parlamento monárquico, em 1885.

 
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