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6 outubro 2022
Texto de Jaime Pina (médico, Fundação Portuguesa do Pulmão) Texto de Jaime Pina (médico, Fundação Portuguesa do Pulmão)

Vacinar contra a pneumonia

​​​​​A Fundação Portuguesa do Pulmão defende a gratuitidade para todos os grupos prioritários.​

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Com o progressivo envelhecimento da população e o número cada vez maior de pessoas com doenças crónicas e debilitantes, as pneumonias têm revelado uma importância crescente, quer na incidência quer na gravidade.

Sendo a quarta causa de morte no mundo, com 2,6 milhões de óbitos anuais, Portugal tem um problema particular com esta infeção, pois regista uma incidência duas vezes superior à média da União Europeia. No nosso país, em cada dia adoecem mais de 300 pessoas com pneumonia e são internadas 110. Morrem 16, uma pes- soa a cada 90 minutos, 12 vezes mais do que em acidentes rodoviários. A pneumonia é a principal causa de morte por doença respiratória.
 
Como agente infecioso, sobressai a bactéria pneumococo, daí que a vacina contra este microrganismo (a vacina antipneumocócica) seja vulgarmente identificada como a vacina contra a pneumonia.

A DGS definiu com precisão quem são as pessoas prioritárias para vacinação e, entre elas, colocou as crianças. Hoje, a vacina antipneumocócica integra o Programa Nacional de Vacinação, sendo administradas três doses no primeiro ano de vida.

Relativamente aos adultos, foram definidos três grupos prioritários: as pessoas com mais de 65 anos, as pessoas com doenças crónicas e debilitantes, e as que apresentam compromisso da imunidade.

Relativamente ao primeiro grupo, a Fundação Portuguesa do Pulmão congratula-se com a recente inclusão do mesmo nos alvos a vacinar, mas defende a gratuitidade da vacina, já que se trata do grupo mais importante e que, como sabemos, integra um significativo número de pessoas economicamente debilitadas. Presentemente, apenas 40% dos idosos estão vacina- dos, pelo que a gratuitidade da vacina seria um importante estímulo à vacinação.

O segundo grupo inclui todos aqueles que têm doenças crónicas, como doenças do coração, do rim, do fígado e, sobretudo, do aparelho respiratório. Também os diabéticos, ou os que vão doar medula óssea, têm indicação formal para serem protegidos com esta vacina.

No terceiro grupo encontramos pessoas com deficiências da imunidade, sem baço, ou com doenças da imunidade, como a infeção pelo VIH. Integram-se aqui ainda os que sofrem de doença oncológica ativa, fazem tratamentos depressores da imunidade (como a cortisona) e/ou foram ou vão ser transplantados.

Esta vacina funciona ao ensinar as células responsáveis pela imunidade a reconhecerem as proteínas dos pneumococos nela contidas. Quando, no dia a dia, somos agredidos por estas bactérias, essas células reconhecem-nas e passam a produzir anticorpos que as vão eliminar e, assim, evitar a doença. Essa capacidade surge duas a três semanas após a vacinação.

Foi introduzida recentemente uma nova vacina antipneumocócica, mais moderna e mais eficaz, que confere proteção contra os 20 tipos de pneumococos frequentemente implicados.

Se pertence a um destes grupos de pessoas, seja doente ou não, não perca tempo e fale com o seu médico, pois é altura de se vacinar. A proteção conferida pela vacina antipneumocócica é muito importante: pode fazer a diferença entre a saúde e a doença, entre a vida e a morte.
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