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30 dezembro 2020
Texto de Jaime Pina Texto de Jaime Pina

O melhor negócio

​​​​​​Se apagar agora o último cigarro, o tempo começa a contar a seu favor.

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Quem fuma deve estar bem ciente dos malefícios do tabaco. O tabaco faz mal porque o seu fumo contém mais de 5.000 substâncias químicas, a maior parte delas nocivas, com efeito irritante, tóxico, mutagénico e cancerígeno. Fumar significa doença e tal pode ser constatado de várias maneiras. Por exemplo, o tabagismo é a principal causa de morte evitável, responsável por dez por cento da mortalidade no mundo: seis milhões de pessoas por ano, um óbito em cada 50 minutos. 

O fumador morre de quê? De muitas causas, mas sobretudo de DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica), de doenças cardiovasculares e de vários tipos de cancro, com o do pulmão e o da bexiga à cabeça da lista. 

Deixar de fumar deve ser, pois, uma prioridade. Porém, essa decisão deve obedecer a uma estratégia orientada pelo médico, já que fazê-lo sozinho tem uma taxa de sucesso baixa. Essa estratégia começa com a avaliação do grau de dependência do tabaco e da motivação para se deixar de fumar, feitas através das respostas a questionários. É o nível destas duas características que orienta o médico nas opções a tomar: apenas aconselhamento, reforço motivacional e/ ou administração de medicamentos. 

Para os que têm elevada motivação e baixa dependência, pode ser adoptado o método do aconselhamento das quinze regras para quem quer deixar de fumar (ver nos sites da Fundação Portuguesa do Pulmão e da Sociedade Portuguesa de Pneumologia). Nelas está indicado um conjunto de comportamentos que, por si só, têm sido suficientes para muitos doentes deixarem de fumar, sobretudo aqueles que verdadeiramente querem, são disciplinados e cumpridores. 

Outra componente motivacional é a transmissão dos benefícios clínicos que se obtêm quando se deixa de fumar e começam a fazer-se sentir quase de imediato após a interrupção, acentuando-se à medida que o tempo passa. 

Quando o doente não consegue abandonar o tabaco com as medidas anteriores, tem de se recorrer a medicamentos, e há três classes de medicamentos disponíveis. 

Os primeiros são os substitutos da nicotina, que podem ser administrados através de pensos cutâneos, pastilhas ou sprays. Quando se está em processo de deixar de fumar, a dependência tabágica induzida pela nicotina pode originar sintomas desagradáveis: dores de cabeça, ansiedade, irritabilidade, produção de suor, etc. É a chamada síndrome de abstinência, que pode ser evitada administrando a nicotina através dessas formas. Os segundos são os medicamentos para a esfera psíquica, sedativos e antidepressivos, já que para muitos doentes deixar de fumar é um processo com implicações no humor e no psiquismo. A ansiedade e a irritabilidade são os sintomas mais frequentes quando se está em processo de paragem.

Os terceiros são os medicamentos específicos para se deixar de fumar. São fármacos como a bupropiona ou a vareniclina, já comparticipados pelo SNS, que actuam nos receptores cerebrais da nicotina, preenchendo-os e, com isso, retirando ao doente a vontade de fumar. 

Na maior parte das vezes estas opções são utilizadas conjuntamente. 

Outras alternativas, como a auriculoterapia ou a hipnose, valem o que valem. Apesar de não haver evidência científica da sua utilidade, há um ou outro doente que consegue deixar de fumar com estes métodos. É que, quando se quer deixar de fumar, a cabeça é o elemento principal e, nesses casos, qualquer ‘clique’ pode ser útil. Deixe de fumar pela sua saúde!


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