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30 dezembro 2020
Texto de António Vaz Carneiro (Presidente do Conselho Científico do Instituto de Saúde Baseada na Evidência) Texto de António Vaz Carneiro (Presidente do Conselho Científico do Instituto de Saúde Baseada na Evidência)

Como se investigam e desenvolvem as vacinas

​​​​​​​​​​A rapidez na descoberta das vacinas contra a COVID-19 respeita todas as fases científicas.

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O desenvolvimento de medicamentos (vacinas ou não) obedece a um conjunto de fases. Estes passos têm objectivos diferentes, de modo a esclarecer o potencial benefício e o possível dano da sua administração. Os resultados de cada fase são cuidadosamente analisados antes de se passar à fase seguinte. Um estudo do Instituto de Saúde Baseada na Evidência (ISBE) identifica o processo: 

  • Fase pré-clínica: Estudos com modelos informáticos, experiências laboratoriais e em modelos animais, para determinação de potencial benefício e segurança na patologia específica que se quer tratar/prevenir.  

  • Fase 1: Administração do fármaco em doses variáveis, a 80-100 voluntários sem doença, para confirmação de segurança e determinação de eficácia (através do doseamento de anticorpos específicos neutralizantes). 

  • Fase 2: Administração do fármaco a 1.000-​2.000 voluntários, focando acima de tudo aspectos de segurança, mas também de efectividade, numa amostra mais próxima da população à qual se vai destinar a vacina, em termos das suas características etárias, fisiológicas, epidemiológicas, etc. Esta amostra não tem habitualmente dimensão suficiente para a prova de eficácia/segurança final, que se consegue na fase 3. 

  • Fase 3: Realização dos estudos que servem de base à autorização de introdução no mercado. Embora se destinem a identificar também problemas de segurança, servem sobretudo para determinar a eficácia na redução de infecções nos indivíduos tratados (grupo experimental), quando comparados com os que não fazem a vacina em estudo (grupo de controlo). Nesta fase, as amostras são de grandes dimensões (dezenas de milhares de doentes). 

  • Fase 4: Recolha de dados de efectividade e segurança após introdução no mercado. No caso da Investigação & Desenvolvimento (I&D) de vacinas contra a COVID-19, foi possível ― devido a investimentos de maiores dimensões e tecnologias mais avançadas ― encurtar todas as fases de I&D.​
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