O cancro oral afeta a cavidade da boca e pode desenvolver-se em qualquer parte da mesma: nos lábios, nas bochechas, nas glândulas salivares, na língua. Este é um tipo de doença associada a níveis de mortalidade elevados devido a diagnóstico tardio. Na fase inicial não provoca dores nem apresenta sintomas. Os casos mais graves e comuns na cavidade oral localizam-se no pavimento da boca (mucosa abaixo da língua) e nos bordos da língua.
Fatores de risco para desenvolver cancro oral: os homens entre os 45 e os 65 anos têm maior propensão para desenvolver a doença. Contudo, nos últimos anos a incidência nas mulheres tem aumentado devido ao consumo de tabaco e álcool. Estes são os dois maiores fatores de risco para o desenvolvimento da doença: quem fuma e/ou bebe tem oito vezes maior probabilidade de vir a desenvolver um cancro oral. Assim, é importante não só evitar estes hábitos, mas também apostar numa alimentação equilibrada e rica em antioxidantes.
Prevenção e tratamento: visitar regularmente o médico dentista e fazer rastreios são a melhor maneira de prevenir, permitindo detetar a patologia numa fase inicial, para que não evolua para um problema maior. A consulta de rastreio consiste na observação sistematizada de todas as estruturas da cavidade oral, como lábios, gengivas, língua, bochechas, glândulas salivares e pescoço. Quanto mais cedo for detetado o cancro, melhor, pois se a lesão for pequena ou estiver numa fase inicial a biópsia pode ser suficiente para remover e curar. Perante uma lesão maior, na recolha de tecido (biópsia) apenas é removida uma parte para análise. Se o resultado for positivo, seguem-se exames complementares ou a programação dos tratamentos, designadamente cirurgia alargada, radioterapia e quimioterapia.
Sintomas a ter em atenção: uma ferida na boca que não cicatriza há mais de 15 dias, um dente partido ou uma prótese mal colocada sem causas evidentes. O cancro pode manifestar-se de várias maneiras, como uma mancha de cor branca ou avermelhada ou uma massa endurecida. Este é, contudo, um cancro que se pode alastrar pelo corpo. Os gânglios adjacentes (no pescoço) funcionam como uma “sentinela” que alerta para a presença de células cancerígenas no organismo. Este é um tipo de cancro muito mutilante e, por isso, é essencial estar atento a possíveis sinais.