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28 setembro 2023
Texto de Jaime Pina (médico pneumologista, Fundação Portuguesa do Pulmão) Texto de Jaime Pina (médico pneumologista, Fundação Portuguesa do Pulmão)

Proteja-se das doenças invernais

​​​​Este ano não são duas, são três vacinas. E uma quarta para pessoas acima dos 65 anos: a do herpes zoster (zona).
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No século XX houve acontecimentos que marcaram a história da medicina: a generalização das vacinas e a descoberta dos antibióticos. A primeira possibilitou a prevenção da maioria das doenças infeciosas, a segunda permitiu a sua cura.

Estas descobertas foram de tal modo impactantes que mudaram a forma como os seres humanos passaram a morrer. As doenças infeciosas, a principal causa de mortalidade, foram progressivamente substituídas por outras - designadamente as doenças cardiovasculares, cerebrovasculares e DPOC - a tal ponto que nas dez principais causas de morte da Humanidade apenas encontramos duas infeções: as pneumonias e as doenças diarreicas.

O outono é a época indicada para prevenir as doenças infeciosas, que têm maior impacto no tempo frio. Às tradicionais vacinas contra a gripe e a pneumonia, este ano o programa de vacinação inclui a inoculação da vacina anti-COVID. A pandemia acabou, mas o vírus permanece. É imperioso continuar a proteger, sobretudo os mais vulneráveis.

Quanto à vacina contra a pneumonia - a vacina antipneumocócica - confere proteção contra os pneumococos, os principais agentes causadores das pneumonias. Todas as pessoas com mais de 65 anos, mesmo sendo saudáveis, ou pessoas que vivem com doença crónica, ou que tenham défice de imunidade por doença, ou na sequência de tratamentos imunodepressores (por exemplo, fármacos para combater o cancro ou as doenças autoimunes) devem ter o esquema da vacinação antipneumocócica atualizado (habitualmente três imunizações). As orientações da DGS determinam a gratuitidade da vacina para alguns grupos de pessoas que vivem com doença (por exemplo, sem baço, com cancro ou com sida).

A terceira infeção que aconselha prevenção é a gripe, provocada por um vírus respiratório que, por sofrer mutações frequentes, obriga a atualização vacinal e à sua administração anual. 

Como a gripe é uma doença infeciosa altamente transmissível, os grupos prioritários no caso da vacinação vão muito para além dos indicados para a vacina antipneumocócica. Para além da proteção individual, pretende-se impedir a transmissão da gripe em locais com grande concentração de pessoas, como hospitais, prisões e estruturas residenciais para idosos. Os funcionários e utentes destas instituições devem vacinar-se. A mesma atitude é recomendada a profissionais de saúde e cuidadores de pessoas fragilizadas.

Este ano as vacinas para a COVID e a gripe vão ser administradas gratuitamente nas farmácias para alguns grupos prioritários.

A vacinação dos adultos não se esgota nas três vacinas aconselhadas acima. Se tem mais de 65 anos, fale com o seu médico, porque há uma nova vacina que espera por si: a vacina contra o vírus herpes zoster, responsável pela zona.
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