Política de utilização de Cookies em Revista Saúda Este website utiliza cookies que asseguram funcionalidades para uma melhor navegação.
Ao continuar a navegar, está a concordar com a utilização de cookies e com os novos termos e condições de privacidade.
Aceitar
4 abril 2024
Texto de Telma Rocheta (WL Partners) Texto de Telma Rocheta (WL Partners) Fotografia de Pedro Loureiro Fotografia de Pedro Loureiro Vídeo de Rodrigo Coutinho Vídeo de Rodrigo Coutinho

«Encaro a vida sem medo»

​​​​​Teresa Guilherme adora trabalhar, e não resiste a um desafio.​

Tags
Já passou por várias fases, algumas delas más. Como consegue renascer?
O segredo da vida não é não cair, isso é impossível. Não podemos ficar no sítio onde caímos, temos de nos levantar o mais rápido possível, perceber o que aconteceu, o que sobrou e por onde recomeçar. E eu já recomecei tantas vezes! No entanto, não gosto de mudanças, sou muito estável. É dificílimo para mim mudar de casa, não mudo uma fotografia do porta-retratos! Ao mesmo tempo, gosto de experimentar coisas novas. Estas duas realidades da minha vida são muito contraditórias, o que é bom, porque me fazem andar para a frente. Quando me perguntam «Queres fazer isto?», a minha resposta normalmente é: «Se nunca fiz, quero». É uma busca pela maior coleção possível de experiências.
 
Perdeu três milhões de euros com a queda do Banco Espírito Santo. Foi um momento destrutivo?
Foi destrutivo, mas fiz o que sempre faço: avaliei o que perdi e o que sobrou. Também tive alguma sorte, outras pessoas ficaram bastante pior. Tinha a minha casa paga, não tinha dívidas. Foi há dez anos, podia viver com o dinheiro do meu trabalho. Trabalhava bastante na altura e continuo a trabalhar. Às vezes penso no que faria se tivesse aquele dinheiro. A minha vida teria sido melhor? De alguma forma, tive a desculpa perfeita para continuar a trabalhar.

A que se agarra nos momentos maus?
Acredito em Deus, em mim e nos outros. Acredito na energia que nos une, que faz acontecer coisas. Acredito na magia de estar viva. Acontecem tantas coisas ao virar da esquina. Daqui a 30 milionésimos de segundo surge algo inesperado. Sou muito fã dos acasos. Gosto daquelas conversas que começam com «Então como é que conheceste o teu marido?» e as pessoas contam um incidente que levou a um encontro.


​Teresa Guilherme considera que o medo «é o maior limitador de todas as felicidades e realizações do ser humano»

Acredita no destino?
Acredito, mas também creio que nos podemos perder no caminho e temos de batalhar todos os dias contra o fantasma do medo. O medo é o maior limitador de todas as felicidades e realizações do ser humano. A pessoa consciente tem de enfrentar o medo.

Tem na sua mãe um grande apoio.
Ela é o meu guru. Posso ouvir a opinião de várias pessoas, mas a ela conto as minhas dúvidas e recebo uma espécie de resumo da jornada, dos 90 minutos de jogo, digamos assim. Ela escolhe só as partes do golo. A minha mãe conhece-me muito bem e ouve-me. O problema é que a maior parte das vezes as pessoas não se ouvem, não estão realmente interessadas.
 
As duas são muito próximas?
Não vivemos juntas, mas sempre fomos muito próximas. Não falamos sobre o tempo ou a escassez da pedra mármore, falamos de sentimentos e emoções, nossos e dos outros. As pessoas com este tipo de interrogações acabam por chegar a conclusões mais interessantes e avançam na vida.

O que sonha fazer?
As coisas foram sempre acontecendo por acaso. Nunca sonhei ser apresentadora de televisão, nem ir para cima de um palco. Era produtora, portanto vivia no mundo do espetáculo. Produzia programas de rádio, de televisão, estava lá no sítio, não é? Quando me convidaram para apresentar o "Eterno Feminino", aceitei logo. Mais recentemente convidaram-me para ser comentadora de televisão, o que nunca tinha sido. Gostei e lá estou [na CMTV]. Divirto-me, aprendi coisas. É sempre bom experimentar.

Qual o maior desafio nos últimos tempos?
No ano passado, a CMTV propôs-me fazer a cobertura da vinda do Papa a Portugal. Nunca tinha feito nada semelhante e foi a minha maior experiência do ano. Passei semanas a estudar sobre o Papa, a ver como se tinha feito em ocasiões semelhantes. Foi uma experiência arrebatadora. Sugou-me para dentro daquela energia.


«De tudo o que fiz na vida, fazer teatr​o é, talvez, do que mais gosto»

Além de figura da televisão, é também atriz. O que a motiva a subir ao palco?
Comecei tarde, há 18 anos. Foi um risco, mas desafiaram-me e não podia negar. Correu bem, ainda cá estou como atriz. De tudo o que fiz na vida, fazer teatro é, talvez, do que mais gosto. Gosto muito da sensação de entrar no teatro e contar todas as noites a mesma história. É sempre diferente. E gosto de pensar no público. Uma hora antes, imagino o que estarão a fazer: se se estão a arranjar, se já saíram de casa. Uns 15 minutos antes de começar a peça, mal abrem as portas, vou ouvir o bruaá das conversas. É maravilhoso.

O que faz para cuidar de si?
Imensas coisas, desde sempre. Adoro comer, mas não como carne, não bebo café nem refrigerantes. Não como, nem bebo nada que venha dentro de latas ou cartões, e comida ultra-processada. É um primeiro passo para se ter uma vida saudável. Tenho uma PT [treinadora pessoal] que vai todos os dias a minha casa. Vou a um estúdio de pilates duas vezes por semana. E ao fim de semana estou com a minha PT de toda a vida. O que recomendo aos jovens com 20 e tal anos? Façam as​ asneiras todas. Depois tenham muito cuidado.

Como mantém a saúde?
Faço exames e análises regularmente. Ando sempre a cuidar de mim e a vigiar a saúde. Uma vez por ano faço um detox grande. Nos últimos anos foi no Sri Lanka, mas já fiz na Índia e na Suíça. É um luxo, mas é um dinheiro muito bem empregue. Tenho a regra de ouro de dormir oito horas por dia. Sem dormir sou uma desgraça. Temos de aceitar as nossas mudanças. Da mesma maneira que há uma mudança hormonal violenta na adolescência, a velhice é uma espécie de adolescência ao contrário. Há tendência para ficarmos quietos, mas temos de contrariar isso.



Que cuidados estéticos tem?
Não durmo sem limpar a maquilhagem. Uso um creme bom, na cara e no corpo. Não me exponho ao sol. Posso apanhar algum sol, mas por baixo do chapéu. Sou de uma época em que as pessoas se bronzeavam muito, portanto já gastei as horas de sol de umas três vidas. O meu orçamento solar está completamente falido.

A idade é uma limitação?
Uma pessoa com 68 anos não faz o mesmo que uma com 58. Mas não se deixa de fazer, adapta-se. Lembro-me de a Bibi Ferreira [atriz brasileira] ter dito, quando tinha para aí 80 anos, que nós temos a idade da nossa saúde. Acredito muito nesta frase.

Tem alguma farmácia que frequente? 
Frequento muito a Farmácia dos Clérigos, no Porto, porque tem suplementação específica que se pode encomendar. São os manipulados que muitas farmácias faziam. Vou também muito a uma perto de minha casa, como toda a gente. É onde vamos pedir aconselhamento.

 

Notícias relacionadas