O Presidente da República defende o regime em vigor para a instalação de farmácias. «Ainda bem que há um sistema que permite que haja farmácias distribuídas por todo o território», sustentou Marcelo Rebelo de Sousa, em Lajeosa do Dão.
A instalação de farmácias depende de alvará do Estado. O Presidente é contra qualquer iniciativa no sentido de liberalizar a instalação. «Se fossem deixadas apenas à lógica do lucro, provavelmente as farmácias concentravam-se todas num sítio onde o lucro era mais elevado e acabavam por se matar numa concorrência feroz, não sei quantas na mesma rua», explicou o Presidente da República.
De acordo com a legislação, deve haver uma farmácia por cada 3.500 habitantes. Na realidade, no Interior do país há farmácias a servir populações de menos de 2.000 habitantes. O Presidente mostrou-se sensível ao risco da concentração de farmácias para a saúde das populações que vivem mais isoladas, no Interior.
«Devemos às farmácias um serviço público, de proximidade, de conhecimento de cada pessoa, da sua vida, dos seus problemas. Isso é insubstituível», sublinhou o chefe de Estado, apontando como «um exemplo» a actuação da Farmácia da Lajeosa, que ardeu nos incêndios de Outubro de 2017 e retomou o serviço menos de 24 horas depois.
Desde o ano 2000, fecharam 75% das escolas primárias, 70% das urgências básicas, metade das extensões dos centros de saúde e mais de um terço dos postos de correio. As farmácias são uma excepção à tendência da concentração de serviços. Apesar da crise e das medidas de austeridade, desde 2010 fecharam 165 farmácias e abriram 275.