Carlos Alonso Douro Wine Company é uma empresa produtora de vinhos fundada em 1985. A sede da empresa e os armazéns onde se faz a fermentação e o engarrafamento encontram-se às portas da vila de Alijó, no parque industrial. No final da época de vindimas, as cubas estão cheias do líquido fermentado da uva que é comprada a vários produtores locais - mas também de vinhas próprias no concelho de Alijó. «Aqui só fazemos vinho com uvas», brinca Carlos Alonso. Todos estes milhares de litros irão ser transformados em vários tipos de vinho, do Porto, de mesa, moscatel e espumante.
Mudam-se os tempos, mudam-se os hábitos. E se o consumo de vinho às refeições não está em declínio, o mesmo não acontece com o Vinho do Porto. Quando Carlos Alonso iniciou a atividade de viticultor, há 38 anos, a produção e consumo de Vinho do Porto era o dobro: «É uma tendência mundial, os vinhos licorosos têm vindo a cair. Pior que nós estão os nossos vizinhos espanhóis com o xerez, que quase já não existe». A França e a Bélgica é onde há o maior consumo per capita, e «diz-se que são as velhinhas quem mais o bebe»; o hábito desaparecerá com elas. «O mercado inglês não consome tanta quantidade, mas importa vinhos de superior qualidade», explica Carlos Alonso. Serão as grandes casas como a Symington e Taylor’s quem domina o Reino Unido.
Está o nosso Vinho do Porto ameaçado? «O mercado do Vinho do Porto de qualidade, bebido pelas elites, não desaparecerá», considera o empresário. Continua a ser bebido em Buckingham Palace nos banquetes oficiais, por exemplo. Mas as novas gerações têm outras modas. Por isso, Carlos Alonso adotou uma perspetiva adaptada aos tempos: «Tenho uma nova marca com Vinho do Porto branco seco e rosé, para o Porto tónico». Um cocktail que, diz, «já começa a ter alguma adesão por parte da juventude». Em alguns bares urbanos ou nos cruzeiros do Douro, o vinho cuja fama os ingleses levaram para o mundo é agora servido com água tónica e uma pedra de gelo.
