O número de crianças com alergias tem aumentado significativamente, apesar de não se conhecer bem as causas. É um motivo de preocupação dos pais, pelo que importa esclarecer a que sinais se deve estar atento.
O primeiro aspecto a reforçar é que o risco de uma criança desenvolver alergias é bastante maior quando algum familiar directo (pais ou irmãos) possui alergias (asma, rinite, dermatite atópica). No entanto, mesmo sem essa história familiar, é possível surgir algum tipo de alergia.
Nos primeiros dois anos de vida são mais frequentes as alergias alimentares. Os alimentos mais frequentemente implicados são o leite, ovo, frutos secos, amendoim, trigo, soja, peixe e marisco. No entanto, qualquer alimento pode virtualmente ser uma causa de alergia. Os sintomas surgem após a ingestão do alimento ao qual se é alérgico e podem ser os seguintes:
- Manchas na pele – geralmente avermelhadas e grandes, com muita comichão ou então lesões secas e descamativas, agravando uma pele atópica já existente
- Inchaço na pele – as zonas mais habituais são os olhos, lábios e extremidades, mas pode surgir noutras áreas
- Falta de ar – indica uma reacção grave e é sempre um sinal de alarme
- Rouquidão – de início súbito, pode indicar que o quadro vai progredir para falta de ar
- Vómitos e dor de barriga – surgem pela incidência no estômago e nos intestinos
Na maior parte das vezes, as alergias alimentares tendem a resolver-se com o tempo, embora nalguns casos possam persistir para toda a vida. A partir dos dois anos começam a ser mais comuns as alergias aos agentes ambientais.
Os mais frequentes são os ácaros e os pólenes, embora existam muitos outros alergénios. Como chegam ao nosso organismo através dos olhos e do aparelho respiratório, as manifestações mais comuns são as seguintes:
- Conjuntivite – manifesta-se por olhos vermelhos, lacrimejantes e com muita comichão
- Rinite – os sintomas mais habituais são as crises de espirros, secreções nasais abundantes e comichão no nariz
- Asma – as manifestações típicas são a falta de ar e “chiadeira”, embora possa surgir também como cansaço ou tosse persistente
- Dermatite atópica – o agravamento das lesões de eczema pode ser uma manifestação deste tipo de alergia
[Tânia António]
Tenho uma filha de quatro anos e nove meses, que se vem queixando de dor no acto de defecar, há uns dias. Queixa-se das fezes estarem duras, causando-lhe algum medo e dor de barriga. Gostaria de saber que procedimentos devo tomar em casa. Se convém dar um desparasitante, se pode estar associado ao facto dela comer a altas horas da noite, porque às vezes dorme muito durante a tarde e de noite fica sem sono e com fome.
Se as fezes são duras, o mais provável é que seja essa a causa. O mais importante é aumentar a ingestão de fibras (legumes verdes, citrinos, ameixa, papaia, kiwi) e evitar alguns alimentos, como a batata e a banana, por exemplo. Deve comer sopa duas vezes por dia (idealmente sem ser passada) e beber bastante água. Se mesmo assim não melhorar, penso que pode fazer sentido dar um laxante pediátrico, mas sempre sob aconselhamento médico.
A minha filha tem 30 meses e queixa- se há vários dias de dor no rabinho. Estávamos de férias na praia e ela acordava a chorar com dor. Nunca tomou nada para as lombrigas. Será que devo dar alguma coisa para esse efeito ou poderei estar a confundir com infecção urinária? Quando troco a fralda ela tem bastante xixi... Pode ajudar-me de alguma forma?
Se a dor não está relacionada com a defecação, podem efectivamente ser parasitas, mais concretamente oxiúros. Nesse caso faz sentido dar um desparasitante, para ver se o quadro se resolve. Não me parece que esteja relacionado com algum tipo de infecção urinária.