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19 fevereiro 2020
Texto de Carlos Enes e Sónia Balasteiro Texto de Carlos Enes e Sónia Balasteiro Fotografia de Sérgio Brilha Fotografia de Sérgio Brilha

«Queremos mais»

​​​Secretária de Estado apresenta áreas de compromisso com as farmácias. 

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​«Queremos conhecer mais, para fazermos melhor. Nada como centros de investigação como este para nos ajudar», declarou a secretária de Estado Adjunta e da Saúde na comemoração do 25.º aniversário do Centro de Estudos e Avaliação em Saúde (CEFAR), realizada no dia 3 de Dezembro.  Na primeira aparição pública após a tomada de posse, Jamila Madeira considerou que «plataformas como o CEFAR acrescentaram valor e qualidade à política de Saúde em Portugal».


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O Ministério da Saúde compromete-se com um caminho de «mais informação, mais transparência e mais exigência» para o Serviço Nacional de Saúde (SNS). Jamila Madeira mostrou-se alerta para o «desafio dos custos», resultante do aumento da esperança de vida e do envelhecimento da população. «Num momento complicado para todos os países desenvolvidos, a capacidade de monitorizar os dados, a eficiência e a eficácia das opções é particularmente relevante», considerou a secretária de Estado.

Por outro lado, o Governo «não aceita qualquer retrocesso no acesso à Saúde dos cidadãos», em condições de igualdade. A busca de evidência científica é vital para esse objectivo. «Sem informação tratada, sem avaliação periódica, não será possível o progresso das políticas de saúde, nem que estas políticas sejam inclusivas e sustentáveis», expôs Jamila Madeira.

As farmácias são «um pilar» dos cuidados de proximidade e «fazem parte das redes locais de apoio da acção social, em particular para os cidadãos mais frágeis e os idosos, cujo isolamento é problemático». A nova governante fez questão de citar António Arnaut: «Entre as muitas mãos do SNS, a mão longa do SNS são as farmácias». E apresentou a sua explicação para a frase do ex-ministro e deputado socialista: «Quando o SNS foi criado, as farmácias estavam perto, conheciam bem as pessoas, tinham proximidade e davam algum colo – e hoje ainda o fazem».

O Ministério da Saúde avalia positivamente a «parceria» com as farmácias e quer continuar a desenvolvê-la. Jamila Madeira identificou quatro «projectos de sucesso»: a implementação das receitas sem papel; o início da dispensa de medicamentos anti-retrovíricos; a colaboração no combate à fraude; e a agilização do licenciamento das farmácias, através do programa Simplex. A secretária de Estado identificou cinco domínios de colaboração para o futuro: prevenção; promoção de actos saudáveis; literacia em saúde; utilização segura e eficaz de medicamentos; e a geração de evidência na avaliação de tecnologias de saúde. 



O presidente da ANF mostrou disponibilidade para o compromisso. «Se tivermos a sabedoria de proteger as pequenas farmácias, que servem as populações mais pobres e isoladas, o SNS continuará a chegar a todos os portugueses», declarou Paulo Cleto Duarte. As farmácias querem conservar o seu modelo de proximidade. Ao mesmo tempo, desafiam Portugal a posicionar-se na vanguarda internacional. «O CEFAR e as farmácias estão prontos a ajudar o SNS a ser um dos primeiros sistemas de saúde do mundo baseado na evidência», anunciou o líder da ANF. «O Estado português tem nas farmácias a oportunidade real de fazer história», considerou ainda. 

O orador recordou que mais de meio milhão de portugueses visitam diariamente a rede de farmácias. A informação gerada por esse contacto em massa com a população é valiosa para a utilização segura e eficaz dos medicamentos. «Podemos saber, no mundo real, se os medicamentos estão a produzir o efeito para o qual foram pensados», expôs Paulo Cleto Duarte. 

O director do CEFAR acredita no valor da informação produzida nas farmácias para a transparência e a melhoria das decisões em saúde. «Queremos formar e afirmar as farmácias como unidades locais de investigação. Pretendemos medir resultados em saúde, qualidade de vida e outros indicadores», anuncio​u António Teixeira Rodrigues. «Mas também queremos experimentar dentro das farmácias, encontrar novas formas de prestar melhores cuidados, mais centrados no cidadão», acrescentou. 



​O CEFAR comemorou as bodas de prata com a sua primeira directora no cargo de bastonária da Ordem dos Farmacêuticos. Num discurso emotivo, Ana Paula Martins recordou os anos de investimento na formação dos seus profissionais. A bastonária fez questão de elogiar João Cordeiro e João Silveira, as «almas danadas» da fundação do projecto. Agradeceu aos antigos dirigentes da ANF a «independência» concedida aos investigadores e o «rigor» pedido. «Quando investimos em ciência só podemos estar a melhorar o mundo», concluiu.
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