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4 janeiro 2024

Mioma uterino

Reconheça os sintomas, que se manifestam em 30% das mulheres.​

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Tetxo de Leonor de Assis Ramos | Ginecologista obstetra e coordenadora do Centro da Mulher, Hospital CUF Tejo
 
Um mioma uterino, também designado por leiomioma ou fibromioma, é um tumor benigno que cresce no tecido do útero e ocorre em cerca de 20% a 50% das mulheres em idade fértil.

Conforme a localização, os miomas podem ser intramurais, subserosos ou submucosos. Os primeiros, que crescem na parede do útero, são os mais comuns. Os segundos localizam-se no endométrio e tendem a provocar mais per- das de sangue. Os terceiros crescem na parede exterior do útero.

Em muitos casos, o mioma pode passar despercebido sem manifestações. Mas, em cerca de 30% das mulheres, os miomas causam sintomas como: sensação de dor ou pressão na região pélvica; períodos menstruais abundantes e prolongados e perdas de sangue entre os períodos que podem causar anemia, com cansaço, dificuldade em respirar e palidez; obstipação ou gases por compressão; aumento do seu volume, que pode ser confundido com excesso de peso ou gravidez; dores durante as relações sexuais; pressão na bexiga com sensação constante de vontade de urinar; incontinência ou incapacidade de esvaziar a bexiga.

Perante estes sintomas, deve procurar aconselhamento médico: não os desvalorize! O diagnóstico baseia-se no exame ginecológico e outros, como a ecografia ou a ressonância magnética, que permitem confirmar a presença, localização e dimensão do mioma.

O tratamento depende de diversos fatores, como a idade, o estado geral de saúde, a gravidade dos sintomas, os antecedentes pessoais e a localização dos miomas. Na ausência de manifestações, o médico pode optar por não tratar e manter vigilância regular.

No passado, o tratamento mais comum era a remoção do útero (histerectomia). Atualmente, existem outras opções médicas e cirúrgicas. Os miomas podem ser removidos através do colo do útero (histeroscopia), por laparoscopia (inserção de instrumentos cirúrgicos por pequenos orifícios no abdómen) ou por cirurgia aberta, quando têm dimensões maiores.

A remoção do mioma conservando o útero é importante em mulheres que desejem engravidar, mas, em cerca de 25% dos casos, a doença pode reaparecer, pelo que o tratamento deve ser individualizado.

Uma questão que surge muitas vezes em consulta é se os miomas podem interferir com a implantação dos óvulos fertilizados, causando infertilidade. Podem, sim. Na gravidez podem afetar o fluxo sanguíneo da placenta causando aborto ou parto prematuro. A gravidez tem um efeito variável e imprevisível sobre o cresci​​​​mento dos miomas, mas raramente aumentam durante esse período.

As causas dos miomas ainda não foram identificadas. Sabe-se que se desenvolvem na mulher em idade reprodutiva e que crescem mais rapidamente quando o corpo recebe doses adicionais de estrogénios. Após a menopausa, param de crescer e começam a reduzir as dimensões. Os fatores genéticos desempenham também um papel importante no desenvolvimento do mioma uterino.

O acompanhamento médico contínuo da saúde feminina é fundamental para que estas situações sejam identificadas e tratadas.
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