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29 fevereiro 2024
Texto de Telma Rocheta (WL Partners) Texto de Telma Rocheta (WL Partners) Fotografia de Pedro Loureiro Fotografia de Pedro Loureiro

Crato: um mosteiro no seu esplendor

​​​​A recuperação do mosteiro Santa Maria de Flor da Rosa trouxe de volta a sua imponência.​

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Apercebemo-nos quando nos aproximamos, através de uma avenida ladeada de ciprestes, da beleza e complexidade que séculos de história deram ao mosteiro de Santa Maria de Flor da Rosa. Quem for a Alter do Chão não deve perder esta visita a apenas 15 quilómetros de distância.

Depois de décadas em ruína, hoje surge como se tivesse sido acabado de construir. Por isso sentimos que viajamos para o tempo em que os monges o habitavam. Pedro Romão, técnico de turismo da Câmara Municipal do Crato, refere que o espaço «esteve completamente ao abandono, sofreu muito com Terramoto de 1755, e a torre lateral ruiu em 1897». Segundo Pedro Romão, os primeiros registos de construção deste complexo, que na verdade são três edifícios distintos, datam de meados do século XIV. «Depois foi sendo acrescentado até haver este mosteiro fortaleza, cujo principal objetivo era mostrar força a quem visse de longe uma construção destas». A torre da direita foi o último corpo edificado. 

Em 1940, todo o conjunto foi recuperado e a torre reerguida, no âmbito de várias reconstruções de património histórico nacional levadas a cabo pelo Estado Novo. 

Entre 1991 e 1995, com arquitetura de João Luís Carrilho da Graça, parte do complexo foi adaptado para pousada, que ainda continua aberta ao público.
Este que é um dos mais importantes mosteiros fortificados da Península Ibérica, foi mandado construir por D. Álvaro Gonçalves Pereira, o primeiro Prior do Crato, um título que teria grande importância em sucessivos reinados. O túmulo do fundador encontra-se no interior da torre. O Mosteiro do Crato foi também, desde a sua construção, a sede da poderosa Ordem dos Hospitalários em Portugal e o Prior do Crato era o título dado ao superior desta ordem. A partir do século XVI, a Ordem dos Hospitalários mudaria de nome para Ordem de Malta, tendo então um cariz mais militar. 

O infortúnio que sofreu este monumento nacional deve-se também a «outro momento muito marcante da história de Portugal, que foi a extinção das ordens religiosas, por volta de 1834», relata Pedro Romão. Com o esvaziamento dos mosteiros e conventos, os espaços ficaram sujeitos a pilhagem.  «O próprio túmulo do fundador teve de ser trasladado para uma outra igreja no Crato para não ser saqueado. Foi feito um acrescento da igreja para o albergar», acrescenta.
Dentro do edifício e junto aos claustros podem ver-se abóbodas com decoração nervurada, do fim do século XV, início do século XVI, num estilo já renascentista. Uma janela no corpo da esquerda, onde fica um quarto da pousada, exibe também um estilo da Renascença. 

No interior há também uma exposição permanente de arte sacra de esculturas da Virgem Maria com o menino, feitas pela Escola de Coimbra, cedidas pelo Museu Nacional de Arte Antiga.​
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