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12 junho 2016
Texto de Maria Jorge Costa Texto de Maria Jorge Costa Fotografia de Paulo Neto Fotografia de Paulo Neto

A lei de São Tomé

​​A evidência científica tem cada vez maior importância. Os políticos decidem em função dela. A população também. Todos querem ver resultados para crer.

A evidência científica e a sua divulgação revelam-se ferramentas essenciais para a mudança, tanto de mentalidades como de políticas de saúde. Os políticos actuam cada vez mais   em função disso. Mas o próprio comportamento da população ​depende muito, nos dias de hoje, da comunicação pública da evidência científica.

Um exemplo de como mudou o status quo no Reino Unido foi apresentado por Claire Anderson, especialista da Divisão de Estudos Sociais em Medicamentos e Saúde da Faculdade de Farmácia da Universidade de Nottingham. A investigadora criou o conceito de Centros de Vida Saudável, levando os britânicos a adoptar hábitos saudáveis. Este conceito teve impacto positivo na prevenção e literacia em saúde e popularizou conselhos sobre afecções menores. A aceitação do conceito de Centros de Vida Saudável por parte da população é elevada, sublinha Claire Anderson, revelando que «o movimento tem-se expandido no país com o apoio do Governo».

Também no Reino Unido, outro exemplo do impacto da evidência científica nas políticas de saúde: as farmácias são hoje agentes centrais para a saúde pública, com múltiplos serviços contratualizados com o Estado, graças a um estudo de 2013, que foi muito bem acolhido pelos responsáveis políticos de saúde.

A delegação de serviços dos cuidados de saúde primários locais às farmácias registou, entretanto, resultados positivos. O programa de cessação tabágica é disso um exemplo consensual. A intervenção farmacêutica alcançou resultados relevantes na prevenção e controlo das doenças cardiovasculares. Foi​ mesmo possível verificar a redução dos níveis de colesterol e hipertensão na população.

Como resultado, as farmácias são hoje responsáveis por 20% de todos os programas de cessação tabágica do Reino Unido. Na diabetes também foram conseguidos bons indicadores. «O National Health Service (NHS) tem neste momento um alto comité de especialistas a reflectir sobre a gestão da doença. Tudo indica que as farmácias comunitárias vão ter um papel fundamental no rastreio da doença e na revisão terapêutica», acrescentou Claire Anderson.

No campo da educação para a sexualidade, Claire Anderson relatou a experiência realizada com as farmácias Boots para o grupo de mulheres não abrangidas pelo rastreio gratuito de clamídia. O rastreio só é gratuito para jovens entre os 16 e os 24 anos. «Mesmo pagando, as mulheres estão dispostas a fazer o rastreio em farmácia», enfatizou a investigadora da Universidade de Nottingham. Isto constitui «uma oportunidade de trabalho lado a lado» com o serviço público de saúde.


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