Na semana anterior à semifinal do Festival da Canção, Beatriz Capote estava em casa, deitada na cama e fortemente medicada. Pensou em desistir? A resposta é sim. «Estava sempre a pensar nisso», recorda. Com os colegas de banda a ensaiar em Lisboa, ia vendo os vídeos que gravavam e a visualizar tudo o que poderia acontecer. E sempre a tentar medir as suas forças: «será que eu sou capaz de fazer isto?».
Nas duas competições em que se encontrava naquele momento, com os outros concorrentes e consigo mesma, ganharia ambas pois teve forças para cantar em palco e os Perpétua passaram à final. «Estive numa dupla competição, literalmente, mas acredito que seja assim constantemente», reflete. «Pelo que conheço da vida de muitos artistas, e não só, às vezes não temos noção do que está ali dentro».
No final deste processo, não fica só a satisfação de ter sido uma das finalistas do mediático Festival. «A parte bonita disto tudo é que parece que estas coisas nos acontecem para nos focarmos no que interessa realmente», comenta Beatriz.
«Tudo o resto é secundário», acrescenta. Também «é bonito» transportar esta ideia para o dia a dia. Passar por uma experiência assim «faz-nos pensar» e perceber «que o que interessa, o nosso foco é o que nos vai trazer o que queremos», conclui.