O serviço farmacêutico de testes rápidos de antigénio (TRAg) COVID-19 foi distinguido com o Almofariz para o Projeto do Ano, um dos prémios mais importantes atribuídos atualmente em Portugal no setor farmacêutico.
A redação da revista Farmácia Distribuição, entidade que há 28 anos promove a entrega destes galardões, reconheceu, assim, o contributo «ímpar das farmácias para a reabertura do país» e na diminuição e controlo das infeções pelo SARS-CoV-2. Rita Lopes, coordenadora editorial da revista, sublinhou a organização e enalteceu o espírito de missão e resiliência dos farmacêuticos comunitários, que tornaram possível, num tão curto espaço de tempo, a prestação de um serviço novo em circunstâncias tão extraordinárias. Em face dos resultados, e com mais de 13 milhões de TRAg realizados, «não podemos senão considerar que este é um exemplo das enormes potencialidades da intervenção das farmácias para o sistema de saúde e para os portugueses».
Ema Paulino, presidente da Associação Nacional das Farmácias, que recebeu o prémio em conjunto com a Associação de Farmácias de Portugal e o INFARMED, agradeceu a todas as farmácias pela «entrega e o esforço hercúleo» necessários para a disponibilização de um serviço que se revelou crucial para a saúde e a liberdade das pessoas. A realização de TRAg COVID-19 nas farmácias, cuja implementação requereu muita coordenação institucional, trouxe também importantes aprendizagens que importa agora capitalizar, em benefício dos portugueses, defendeu. «Faz todo o sentido, à luz dos resultados excelentes que advieram da contratualização pelo SNS do serviço de TRAg COVID-19 às farmácias comunitárias, estender o modelo a outras áreas, como o VIH-SIDA ou as hepatites, e utilizar as infraestruturas criadas noutros campos».
A testagem rápida por antigénio COVID-19 nas farmácias tornou-se possível em dezembro de 2020, após a publicação do enquadramento regulatório por parte das autoridades de Saúde. Com o apoio da ANF, a rede conseguiu, num curto espaço de tempo, reunir as condições necessárias para a prestação de um serviço de fácil e rápido acesso pela população, com salvaguarda dos requisitos legais, de segurança, qualidade e confidencialidade.
As mais de 1.500 farmácias envolvidas, distribuídas por todo o território nacional, passaram por um processo que se iniciou com a formação dos profissionais, passou pela adaptação das infraestruturas físicas, informáticas e de comunicação, culminando na disponibilização de ferramentas de informação e agendamento ao público.
Até ao final do mês de setembro, as farmácias foram responsáveis pela realização de 13.1 milhões de testes. Um estudo de avaliação de resultados, da responsabilidade do CEFAR, permitiu concluir que o envolvimento da rede na testagem possibilitou a cada português poupar, em média, 2km de deslocação por teste realizado, sendo que em 19 municípios essas deslocações seriam, sem a participação das farmácias, superiores a 20km. O índice de desigualdade foi reduzido pelas farmácias para os portugueses que vivem em municípios com menor densidade, onde o poder de compra é menor, e naqueles mais envelhecidos.
