Nasceram e cresceram em Lisboa, mas viver fora da confusão da cidade era um desejo antigo e foi concretizado há 15 anos. Vivem na Ericeira desde 2013 e de lá já não querem sair. Catarina assume-se feliz com a escolha de vida, o ritmo de dias mais lentos e igualmente ricos; o acompanhamento diário da horta, os animais, a praia. A liberdade. Começaram por viver em Alcochete, regressaram três anos a Lisboa e para terem a certeza de que não queriam ver as filhas crescer na cidade.
Este foi um caminho em sintonia com o propósito de ter um estilo de vida sustentável, que se traduziu, por exemplo, na escolha dos materiais para construir a casa onde vivem, passando pela opção de não comer carne, ter uma horta de onde retiram a maioria dos vegetais e fruta que consomem. O ar puro e, por vezes, agreste do Oeste conquistou toda a família.
«Sempre tentámos fugir da cidade, porque apesar de termos nascido e crescido em Lisboa, as férias grandes de verão eram na Costa Vicentina para o Tozé [nome por que é conhecido em casa] ou na zona da Lousã para mim, e essa experiência de liberdade, de ter os pés sujos de terra, marcou-nos», conta Catarina.
Passam semanas sem ir a Lisboa e quando precisam tentam juntar os compromissos num só dia. Em família quando «vamos com as miúdas a Lisboa é como se fosse férias, porque somos saloios», remata António.
