Tem um ar sério de quem não fez grandes disparates em criança, mas aos quatro anos pregou um susto aos pais num acidente que lhe podia ter custado a visão. Estava perto de uma obra e caiu num «lago de cal». Queimou a pele numa enorme extensão do corpo. Mais tarde, partiu a perna a andar de bicicleta e foi operado.
Foi nesse período que percebeu o que queria ser quando fosse grande: médico. «Fiz amizade com os meus médicos e desenvolvi um certo fascínio pelo poder que o médico tinha sobre nós». Um homem especial fez o resto, o pediatra de quem se aproximou e com quem manteve ligação para lá da idade de consulta. «Quando faleceu, deixou-me o anel de curso. Era o dr. Duarte Pires, do Porto», lembra. O pediatra deixou-lhe também um piano, sabendo que Eurico Castro Alves tinha sido aluno do Conservatório.