Há cada vez mais opções alimentares sem glúten, mas existe razão para retirar o glúten da alimentação? No caso das pessoas com doença celíaca (DC), sim.
Trata-se de uma doença que depende da interacção de factores imunológicos e genéticos (doença auto-imune) com a alimentação (ingestão de glúten, uma proteína presente em cereais como o trigo, a cevada, o centeio ou a aveia). Nas pessoas com DC, as proteínas do glúten não são bem toleradas, originando inflamação na mucosa intestinal. Isto traduz-se em diarreias, cólicas, desconforto abdominal e/ou obstipação. Vários nutrientes, como o cálcio, o ferro, o ácido fólico e as vitaminas A, E e K, podem ver a sua absorção reduzida. Nas crianças não diagnosticadas, esta situação pode originar atrasos no crescimento.
Estima-se que, na Europa, entre 0,2 e 1,2% da população sofra de DC. Apesar do desconforto que origina e dos problemas que pode desencadear a prazo se não for diagnosticada, a DC é de fácil tratamento. A eliminação das fontes de glúten na alimentação permite à mucosa recuperar-se e voltar a funcionar normalmente, desaparecendo as queixas associadas.
Caso suspeite de intolerância ao glúten, antes de retirar totalmente os alimentos com glúten é importante procurar o médico assistente para um diagnóstico correcto, nomeadamente através da realização de análises de sangue, que devem incluir a determinação do anticorpo antitransglutaminase (Ac AT) e a imunoglobulina IgA.
