A pressão da imagem no mundo mediático é real e, hoje, mais intensa do que nunca. Nuno Eiró, com mais de duas décadas de carreira, viu essa exigência crescer com o tempo. “Como sou ‘antigo’, no início não senti tanta pressão. Era redondinho, e isso até ajudava, porque havia o estigma do ‘engraçado e simpático’”, recorda com ironia. Contudo, rapidamente percebeu que o mercado tende a encaixar as pessoas em rótulos apertados: “Ou és galã, ou és o tipo amoroso.”
Essa catalogação, para além de limitar percursos, pode distorcer a perceção que temos de nós próprios. O apresentador, no entanto, sempre contou com uma arma valiosa: o seu sentido crítico. “Vejo fotos antigas e percebo a evolução. Gosto mais do que vejo agora”, admite, com a segurança de quem conquistou um novo olhar sobre si mesmo.
Reconhece que todos se preocupam com a imagem, “quem disser que não, está a mentir”, mas alerta para o ponto de viragem onde essa preocupação se torna obsessão. “Há pessoas que vivem reféns da imagem, dos filtros, da aparência no Instagram. Isso é dismorfia, é perigoso e afeta a saúde mental.”
Nuno Eiró fala com maturidade sobre um tema cada vez mais urgente: o equilíbrio entre cuidar de si e não se deixar consumir por um ideal inatingível. Uma lição de autenticidade, numa era em que o espelho, tantas vezes, mente.