Luís Mendão, doente há 20 anos, considera que esta é a «solução adequada» para responder às necessidades dos doentes portadores de VIH/sida, por reunir, num mesmo projecto, a reserva de privacidade e a qualidade científica que avalia o seu impacto e os custos envolvidos. Vê como vantagens «a produção de conhecimento, um sistema controlado para sabermos quais os resultados, a liberdade de escolha e a avaliação dos custos».
Mendão diz-se, «como doente e como cidadão», preocupado com o Orçamento do Estado. «Sabemos que os recursos são limitados, e que queremos tratar todos e o melhor possível. Em 2017, temos uma oportunidade histórica de redução do custo da medicação anti-retrovírica para preços comportáveis e justos», os quais são, para já – conforme disse – muito mais elevados do que em qualquer outro país europeu. «O custo anual por doente não deve ultrapassar os cinco mil euros. É um valor justo, que continua a ser muito bem pago e que permitiria alocar recursos para onde eles fazem falta», defende.
Por isso, a articulação entre indústria farmacêutica, farmácias e investigação científica «é essencial, para caminharmos depressa e em segurança no sentido do fim de novos casos de sida e do controlo, com tendência para zero até 2030, de novas infecções. O tratamento é uma parte essencial para atingir esse objectivo, mas é preciso fazer mais prevenção, haver mais diagnóstico precoce, e aumentar, e muito, a retenção e a adesão dos doentes à terapêutica».