Uma embalagem, duas, três… Pouco a pouco, a caixa azul da Farmácia Albuquerque, que percorre quilómetros em Vinhais para fazer chegar os medicamentos a quem não consegue dirigir-se à farmácia por meios próprios para os recolher, vai ficando recheada.
Os serviços são o foco do quinto episódio da websérie evocativa dos 50 anos da ANF, “Farmácias com Histórias", espelhando a importância da proximidade das farmácias à população. O serviço de apoio ao domicílio adquire especial relevância em Vinhais, onde existem mais de uma centena de aldeias, bem como em todo o interior do país, onde as farmácias são muitas vezes o único ponto de acesso aos cuidados de saúde.
«As pessoas confiam em nós. Não é só a relação de farmácia/utente, já é uma relação de família», admite Lurdes Maia, técnica de farmácia e responsável por levar a medicação a estas pessoas, durante uma das viagens diárias pelas estradas do concelho.
De acordo com a proprietária, Rita Domingues, o serviço de apoio ao domicílio foi sempre «uma das grandes ações» da Farmácia Albuquerque, já que «esta farmácia, como qualquer uma no interior do país, é uma referência para quem necessita de cuidados de imediato ou de aconselhamento na toma da medicação».
«Se não houvesse o serviço de apoio domiciliário disponibilizado pelas farmácias, algumas pessoas não teriam acesso à medicação de que precisam, nem a um profissional de saúde que as ajude do ponto de vista da melhor utilização das terapêuticas», afirma a presidente da ANF, Ema Paulino.
O resultado é a relação de proximidade e de confiança que se estabelece entre as farmácias comunitárias e as pessoas. «A população acredita em nós e que temos a porta aberta», assegura a presidente da Comissão Organizadora das Comemorações dos 50 anos da ANF, Maria da Luz Sequeira.
Desta forma, Ema Paulino conclui que o modelo de farmácia em Portugal é um exemplo, sendo «o que mais contribui para a qualidade de vida das pessoas e o que melhor defende tanto os critérios de saúde pública, como os de saúde individual».