O número de pessoas afectadas pelo vírus da gripe não pára de aumentar. Os dias mais frios levaram à subida do número de infecções, situação que levou o director-geral da Saúde, Francisco George, a alertar para o risco de epidemia.
No debate ‘‘Uma Visão Para a Saúde” – projecto de parceria entre a SIC / Visão e a Associação Nacional das Farmácias (ANF) – Francisco George sublinhou que, este ano «a actividade [do vírus] é mais intensa». O pico deverá ser atingido em meados de Janeiro e, por isso, as autoridades alertam para a necessidade de protecção, sobretudo dos doentes crónicos.
Este ano, a estirpe dominante do vírus é o H3N2, conhecido por ser particularmente agressivo para a população mais vulnerável, sobretudo os idosos. «No intervalo de uma década, há três epidemias por H3, estirpe que é mais nociva para os mais velhos», sublinha, citado pela Visão, o consultor da Direcção-Geral da Saúde, Filipe Froes.
No debate transmitido na quarta-feira pela SIC Notícias, a médica Ana Sofia Corredoura, do Hospital Beatriz Ângelo, adiantou que, nas últimas semanas, chegaram às urgências «muitos idosos e muitas pessoas com doença crónica». «Esses sim – porque ainda existem alguns mitos associados à vacina, e não se vacinam – já vêm com doença grave», referiu a médica.
O melhor remédio é mesmo a prevenção, insiste a DGS, com a qual as farmácias protocolaram um procedimento de informação aos utentes.
Desde a época de 2012/ 13 que a vacinação contra a gripe é gratuita nos centros de saúde para os grupos de risco. As farmácias receberam também 800 mil vacinas para administrar aos utentes. «As pessoas têm de perceber que a gripe é uma coisa séria. Temos muita margem para progredir em termos de prevenção», sublinhou a directora do Centro de Estudos de Avaliação em Saúde, da ANF, Suzete Costa. E acrescentou: «Já tivemos coberturas vacinais mais elevadas. Em 2008/09, atingimos os 53% na população com mais de 65 anos. No ano passado, não ultrapassámos os 50,9%», revelou.
«As pessoas pensam que a vacina não faz efeito, mas não é verdade. Mesmo que não haja uma protecção de 100%, há sempre a redução da probabilidade de complicações», salientou a farmacêutica.
Todos os anos, cerca de um milhão de portugueses tem gripe. E, no Inverno, morrem, segundo dados oficiais, mais de duas mil pessoas.
Por isso, todo o cuidado é pouco. Se a gripe aparecer, o director-geral da Saúde deixa um conselho, em particular para as pessoas mais vulneráveis: «Os mais idosos devem, antes de ir a uma urgência, usar a linha Saúde24» (800 24 24 24).