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3 julho 2020
Texto de Hugo Rodrigues (pediatra) Texto de Hugo Rodrigues (pediatra)

Em defesa do colinho

​​​​​​​​As crianças pequenas precisam do contacto físico para se sentirem seguras.

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Este período inicial de readaptação tem algumas particularidades, principalmente devido ao tempo em que as crianças ficaram em casa com os pais, pelo que podem surgir alguns contratempos. Por isso mesmo, faz sentido pensar em regras para garantir a segurança dos profissionais e das crianças, mas sem comprometer o seu bem-estar. Assim, aqui ficam algumas reflexões sobre este assunto:

  • COVID-19 em crianças vs. adultos 
    Do que se sabe desta infecção, ela é ligeira e com um risco praticamente inexistente em crianças pequenas, e isso tem de tranquilizar os pais. No entanto, a gravidade em adultos é variável, principalmente se a idade for mais avançada ou se tiverem doenças crónicas.

  • Contacto físico
    O contacto físico é inevitável entre crianças. Pode ser minimizado, mas é utópico achar que não vai existir, pelo que não deve ser uma obsessão nem uma obrigatoriedade. Em relação ao contacto dos adultos com as crianças (o célebre “colinho”), é importante perceber que as crianças pequenas precisam do contacto físico para se sentirem seguras. E, nesse sentido, na minha opinião ele não deve ser evitado! Sei que nem toda a gente concordará, mas o conforto e o bem-estar emocional das crianças são tão importantes como a prevenção da COVID-19, que é maioritariamente “benigna” nestas faixas etárias.

  • Uso de máscara 
    Relativamente às crianças, como estamos a falar de idades abaixo dos seis anos, não é uma necessidade. As máscaras não devem ser mantidas na escola. Quanto aos adultos, é já um assunto mais controverso. Se forem pessoas de mais idade ou com doenças crónicas devem usar uma máscara que as proteja (FFP2 ou KN95), mas se forem saudáveis não estou tão certo dessa necessidade. Nesses casos, o mais importante é gerir o comportamento e a reacção das crianças. Se elas aceitarem, parece-me uma boa prática. Se dificultar muito a sua adaptação, não me parece que deva ser uma regra estrita.

  • Distanciamento social 
    Esta é, também, uma regra difícil de manter com crianças. No entanto, há momentos do dia em que pode ser um pouco mais simples, como as alturas da refeição ou da sesta, por exemplo.

O momento actual é muito particular e, seguramente, todos procuram fazer o seu melhor. Por isso mesmo, deve-se tentar manter o bom senso, para garantir a segurança e tranquilidade de todos!

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