O cancro da mama é uma das doenças com maior impacto na nossa sociedade, é o tipo de cancro mais comum entre as mulheres e está associado a uma imagem de gravidade relacionada com mortalidade. Sendo a mama um órgão de grande simbolismo para a mulher, seja no que respeita à maternidade ou no sentimento de feminilidade, a doença e os tratamentos inerentes acarretam sofrimento psicológico, para além do somático.
Em Portugal são detetados cerca de sete mil novos casos de cancro da mama por ano, sendo mais comum surgir após a menopausa. No entanto, a incidência em mulheres mais jovens tem aumentado.
Trata-se de uma doença associada a vários fatores de risco, que podem contribuir para o seu desenvolvimento, como a idade (mais de 60 anos apresenta maior risco); fatores hormonais, como história menstrual longa (primeira menstruação antes dos 12 anos de idade ou menopausa tardia, após os 55 anos) ou que nunca tiveram filhos; primeira gravidez depois dos 31 anos; história pessoal de cancro da mama (quem tenha tido cancro da mama corre maior risco de ter esta doença na outra mama); história familiar (mãe, tia, irmã, ou outros familiares que tenham tido cancro da mama, especialmente em idades mais jovens – antes dos 40 anos). Em famílias com registo elevado de casos, os testes genéticos podem, por vezes, demonstrar a presença dessas alterações. São conhecidos outros fatores de risco como um estilo de vida sedentário ou o uso abusivo de bebidas alcoólicas e tabagismo.
Conhecer e tentar eliminar estes fatores permite contribuir para a manutenção da saúde e, assim, prevenir a doença.
A prevenção passa igualmente pela vigilância regular e os exames de rastreio, antes de surgirem quaisquer sinais ou sintomas. A mamografia, a ecografia e, em casos específicos, a ressonância magnética são os meios imagiológicos indicados para a deteção da doença. O diagnóstico na fase inicial permite um melhor controlo da lesão, aumenta a hipótese de cura e a possibilidade de evitar cirurgias mutilantes, como a mastectomia radical e o uso de quimioterapia. Os tratamentos do cancro da mama dependem do tipo de tumor e do grau de disseminação da doença.
Em condições ideais, a mulher é avaliada por uma equipa multidisciplinar, que decide o tratamento mais indicado. A cirurgia, a radioterapia, a quimioterapia e a imunoterapia são os tratamentos existentes.
A evolução científica tem permitido a melhoria e maior definição dos meios de diagnóstico, e o desenvolvimento de terapêuticas personalizadas, mais eficazes e menos tóxicas, resultando num aumento da cura e da sobrevivência destas mulheres.