Na Farmácia Saúde, na Figueira da Foz, as mudanças que a pandemia do novo coronavírus ditou foram rápidas. «De um dia para o outro tivemos de nos reorganizar, dividir a equipa por turnos, atender no postigo, criar novos horários e uma rotina de desinfecções constantes», resume a directora-técnica, Anabela Mascarenhas. Um mês depois, o quotidiano está um pouco mais normalizado e algumas das novas medidas vieram para ficar. É o caso do serviço de apoio ao utente que Anabela Mascarenhas disponibilizou logo nos primeiros dias da pandemia: um número de telefone e um contacto de correio electrónico, publicados na página de Facebook da farmácia.
Cada vez mais, as encomendas estão a ser feitas por e-mail. Para reduzir as idas e o tempo despendido na farmácia, «muitos utentes optam pelo correio electrónico, pagam por transferência bancária e só vêm buscar a medicação», explica a responsável.
Foi o caso de António Castanheira, 61 anos, que soube deste serviço pela filha, «mais atenta às redes sociais». Encomendou a medicação para toda a família e «o pedido estava pronto no próprio dia», conta o utente. Depois, só teve de ir à farmácia buscá-lo.
«Quando cheguei, vi uma fila de espera considerável. Fiquei um pouco nervoso a pensar no risco que corria, mas rapidamente me apercebi que havia um acesso exclusivo para pedidos feitos pela Internet», lembra António Castanheira. «Fui logo atendido», conclui, satisfeito.
Também Marinela Gougne, 58 anos, está satisfeita. «Foi muito simples e rápido», defende a utente, cuidadora do marido, doente crónico, e que encontrou na equipa da Farmácia Saúde uma aliada.
«Vivemos perto da Figueira da Foz há três anos e ficámos encantados com o tratamento que recebemos na farmácia», lembra. «Com o COVID-19, adaptaram-se muito rapidamente para garantir a segurança dos utentes. Isso deixou-me descansada», explica Marinela Gougne, confessa «maníaca das limpezas e agora, ainda mais!», acrescenta, bem-disposta.
Já na farmácia, «o telefone não pára. Todos os dias, recebemos uma média de dez chamadas de utentes», conta Anabela Mascarenhas, explicando que a maioria das pessoas é idosa, doente crónica de zonas limítrofes isoladas, que evitam sair de casa sem um motivo válido. Mas também utentes cautelosos, que não querem arriscar a sua saúde nem a dos demais.
Um contacto directo e de confiança, à distância de um telemóvel ou de um computador, prova que o novo coronavírus não afastou as pessoas da sua farmácia comunitária.
Por isso, a directora-técnica não tem dúvidas. «Depois da pandemia, este serviço será para manter. Ter um farmacêutico sempre disponível é muito bom e os utentes compreendem isso, agora mais do que nunca. Ao mesmo tempo, promove a verdadeira adesão à terapêutica», conclui.
Em todo o país, continente e ilhas, há também a linha de apoio gratuita
1400 para todos os que necessitem de esclarecer dúvidas ou encomendar medicamentos sem sair de casa.