Tomado aos mouros no início do milénio passado, o Castelo de Ourém foi doado por D. Afonso Henriques à filha Dona Teresa, sendo um dos mais belos castelos de Portugal.
Reza a lenda que a cidade de Ourém deve o seu nome à bela princesa moura Fátima, que após casar com o guerreiro Gonçalo Domingues, conhecido por Traga-Mouros, passaria a chamar-se Oureana após o baptismo católico. A moura era tão bela e tão amada pelo povo que decidiram mudar o nome da vila, de Abdegas para Ourém.
Dentro do velho burgo medieval contíguo ao castelo vale a pena visitar a Igreja da Colegiada. «Foi aqui que fui baptizada, aqui casei e baptizei os filhos», conta a farmacêutica Manuela Quartau.
Em Ourém conhecemos Augusto ‘da Vila’, como é conhecido. Na antiga mercearia, “A Ginjinha d’Castelo Ourém”, oferece-nos um copo e mostra-nos o rol, onde se apontavam as dívidas dos fregueses. Os registos remontam ao início do século XX, quando a família tomou conta da mercearia. «Tenho aqui livros com 70, 80, 90 anos». A casa abriu em 1656, conta Augusto, que conhece toda a história do castelo. É o guia ideal e amigo dos nossos anfitriões.
Na Igreja, conta, «fazem-se à volta de 40 casamentos por ano». Também aqui está sepultado D. Afonso, IV conde de Ourém e neto de D. Nuno Álvares Pereira. «Foi ele que mandou construir a fonte gótica, em 1454, e esta igreja», conta Augusto.
D. Nuno Álvares Pereira, o Santo Condestável, foi beatificado em 2009, por um milagre realizado em Ourém, quando devolveu a visão a uma senhora que a perdeu quando estava a fritar peixe. No castelo vale ainda a pena descobrir a chave que, também ela, deverá guardar um segredo.