Tinha apenas 32 anos quando lhe foi diagnosticado cancro da mama. Ao filho Martim, com apenas dois anos e meio, Rita Torres preferiu contar sempre a verdade.
«Nunca lhe escondi nada. Mesmo antes de ter sido operada, tive uma conversa com ele e disse-lhe que tinha um dói-dói na maminha que era preciso tirar», explica Rita Torres, acrescentando que ele, «talvez por ser criança e ver as coisas de forma diferente dos adultos», agiu sempre com naturalidade.
Rita foi operada na Maternidade Alfredo da Costa, onde lhe retiraram a mama esquerda, e esperou sete anos para fazer a reconstrução mamária. Uma escolha pessoal, de quem quis primeiro voltar a engravidar.
Martim passou todos estes momentos ao lado da mãe e, depois, da irmã, Sara, hoje com seis anos. E mesmo quando viu a mãe sem um seio ou com peruca, Martim agiu sempre de um modo «engraçado», nas palavras da própria Rita.
«Todos os dias, eu punha e tirava a peruca. Às tantas, ele já punha e brincava com a peruca. Já era tudo uma brincadeira», diz-nos, a rir.