«Perdemos hoje um homem bom, de coração sempre aberto à tolerância», testemunha o director do Museu da Farmácia, a propósito da morte de D. António Francisco dos Santos, bispo do Porto.
Para João Neto, D. António, entre muitas outras características, tinha a virtude de ser alguém que «entendia que, usando a cultura e o património, se podia contruir pontes e encontrar caminhos para o respeito entre os povos».
D. António tomou parte nas celebrações dos 40 anos da ANF, em 2015, na inauguração da Farmácia Islâmica do Museu da Farmácia no Porto. Na ocasião, D. António, natural de Tendais, freguesia do concelho de Cinfães, recordou a sua farmácia de meninice como «uma escola. Ali aprendi a agradecer lições muito belas de quem nos acolhia com muita delicadeza, de quem nos dava atenção».
O presidente da ANF evoca a ocasião como expressão desse respeito pelo próximo. «Como declarou o senhor Presidente da República, D. António era uma personalidade especialmente sensível ao próximo e à liberdade. Tivemos o privilégio de beneficiar do seu testemunho, na inauguração da Farmácia Islâmica, no Porto. As farmácias portuguesas darão o seu contributo para preservar a memória de D. António».
D. António Francisco dos Santos tinha 69 anos e estava à frente da diocese do Porto desde Fevereiro de 2014.
Formou-se em Teologia no Seminário Maior de Lamego, em 1971, e estudou, depois, Sociologia Religiosa e Filosofia, em Paris. Foi ordenado padre em Dezembro de 1972.
Foi professor no seminário de Lamego, vigário geral da diocese e deu aulas no Instituto Superior de Teologia do Núcleo Regional das Beiras, da Universidade Católica Portuguesa.
Em 2004 foi nomeado bispo auxiliar de Braga por João Paulo II e no ano seguinte foi ordenado bispo. Em 2006, Bento XVI nomeou-o bispo de Aveiro, onde esteve oito anos.
D. António morreu vítima de enfarte agudo do miocárdio, na Casa Episcopal do Porto, onde residia. O funeral está marcado para as 15h00 de quarta-feira, na Sé do Porto.