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29 julho 2017
Texto de Irina Fernandes Texto de Irina Fernandes

Prevenção Lucky Luke

​​​​​​​​​​​​​Estado investe em medicamento para deixar de fumar.

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Lucky Luke nasceu de cigarro na boca, mas pouco antes de chegar aos 40 anos deixou de fumar. Em 1983, o ilustrador Morris ofereceu-lhe uma palha como substituto do vício, o que lhe valeu uma medalha de reconhecimento da Organização Mundial de Saúde. O Governo decidiu ajudar os portugueses a seguir-lhe o exemplo. A vareniclina – Champix, de nome comercial – medicamento indicado no combate aos sintomas da dependência de nicotina, passou a ser comparticipado em 1 de Janeiro deste ano. Como resultado, o seu consumo disparou para o dobro.

A comunidade médica, particularmente nas especialidades mais directamente envolvidas no tratamento dos malefícios do tabaco, saúda esta política. Jaime Pina, vice-presidente da Fundação Portuguesa do Pulmão (FPP), é peremptório: «Este resultado é para nós um motivo de grande satisfação». Para o especialista em Imunoalergologia e Pneumologia, o recurso à vareniclina tem comprovação científica. «Os doentes que fazem o Champix têm uma percentagem muito razoável de taxa de sucesso no abandono do hábito de fumar. Portanto, estes números mostram que estamos no rumo certo».
 
O investimento do Estado, de acordo com a estimativa do CEFAR, rondou 358 mil euros, até ao final do mês de Maio, correspondentes ao escalão de comparticipação C (37%).

A FPP defende há muito políticas activas de apoio ao esforço dos fumadores. «Logo que saiu a Lei do Tabaco, em 2007, alertámos a Comissão de Saúde da Assembleia da República para a necessidade de se comparticipar estes medicamentos, porque são muito caros», recorda Jaime Pina. Uma embalagem de Champix, de 56 comprimidos de 1 miligrama, custa 82,75 euros. Com a comparticipação legal em vigor, que depende de receita médica, passou a custar ao utente 51,88 euros. «Como nós fazemos tratamentos, no mínimo, de quatro meses, o doente poupa pelo menos 120 euros», sublinha. A FPP defende que o Estado deve investir na cessação tabágica como faz em relação a outras toxicodependências. «A toxicodependência mais generalizada é a dos dois milhões de portugueses que fumam», considera o vice-presidente da FPP.​
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