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22 dezembro 2017
Texto de Irina Fernandes e Maria João Veloso Texto de Irina Fernandes e Maria João Veloso Fotografia de Anabela Trindade e Pedro Loureiro Fotografia de Anabela Trindade e Pedro Loureiro

Saúde à consoada

​​​​​Estas farmácias seguem outra abordagem numa época em que as pessoas fazem mais excessos.

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Farmácia Pinto Coelho - Manhente, Barcelos​
 
Junto à entrada, a mesa de iguarias natalícias não deixa ninguém indiferente. Suscita olhares curiosos e falatório ao balcão. Rabanadas, douradas, formigos, aletria e até um prato de bacalhau com couves são os protagonistas de cena. Gracinda Carvalho, 49 anos, oleira de profissão, assume a preferência por formigos. «Está tão saboroso», elogia, enquanto degusta o doce típico do Natal minhoto, feito à base de frutos secos.
 
Pelo quarto ano consecutivo, a Farmácia Pinto Coelho, na freguesia de Manhente, concelho de Barcelos, presenteia os utentes com receitas natalícias saudáveis. Fatias de pão de dieta, adoçante, margarina light, azeite e sal marinho são os ingredientes-rei. O açúcar e o sal, esses,
perdem a habitual liderança.
 
«Esta é uma altura do ano em que as pessoas fazem mais excessos. Conhecemos bem a prevalência de problemas de saúde como diabetes, colesterol alto e hipertensão. Por isso nos parece cada vez mais importante educar a população nutricionalmente», expõe a farmacêutica Daniela Basto.
 
Uma técnica de farmácia pôs mãos na massa, recuperando receitas que, outrora, pertenceram à sua avó Gracinda. «Estas receitas são muito especiais para mim», diz, emocionada, Cátia Campinho. «É possível viver o Natal com saúde. Basta fazer as substituições ideais», refere ainda esta profissional de saúde.
 

 
A farmácia oferece cópias das receitas saudáveis aos utentes. «Não queremos que as pessoas se privem do sabor, mas oferecer-lhes uma opção saudável», refere a directora-técnica, Rita Basto.
 
A funcionária de uma pastelaria vizinha elogia o papel activo da Farmácia Pinto Coelho na promoção de uma alimentação saudável durante o Natal. «Estou aqui a provar esta rabanada e, de facto, é boa. E não se nota nada que não leva açúcar», refere Lúcia Ferreira, 45 anos. Rendida 
às rabanadas feitas com pão de dieta e adoçante, levou a receita para casa.
 
As equipas das farmácias lidam de perto com o descontrolo dos parâmetros de saúde de muitos portugueses depois do Natal. Por isso, muitas farmácias promovem acções de educação alimentar nesta época do ano.

 
Farmácia Cardoso - Baixa da Banheira
 
A funcionária de uma pastelaria vizinha elogia o papel activo da Farmácia Pinto Coelho na promoção de uma alimentação saudável durante o Natal. «Estou aqui a provar esta rabanada e, de facto, é boa. E não se nota nada que não leva açúcar», refere Lúcia Ferreira, 45 anos. Rendida às rabanadas feitas com pão de dieta e adoçante, levou a receita para casa.
 
As equipas das farmácias lidam de perto com o descontrolo dos parâmetros de saúde de muitos portugueses depois do Natal. Por isso, muitas farmácias promovem acções de educação alimentar nesta época do ano.
 
Na Baixa da Banheira, a Farmácia Cardoso tem em curso a campanha “Ajudar e Consciencializar”. Os utentes são convidados a medir os valores da glicémia e do colesterol antes da quadra natalícia e a repetir os testes em Janeiro. O simples confronto com os resultados incentiva as pessoas a mudar de comportamentos. «Acreditamos que este projecto irá prevenir muitos acidentes cardiovasculares», afirma a farmacêutica Marina Feliz. A campanha tem também uma vertente solidária, porque a farmácia oferece integralmente o valor cobrado pelos testes à Casa de Animais de Lisboa e aos Escuteiros da Baixa da Banheira.​
 

Sandra Presódio faz os testes do colesterol e da glicemia ao utente António Félix
 
À técnica de farmácia Sandra Presódio faz-lhe confusão o desperdício da quadra natalícia. «A maior parte das pessoas pensa que Natal é dar presentes e comer. Há animais a morrer para depois irem para o lixo», refere, desconsolada.
 
Lá fora chove copiosamente, mas Rosa Carapinha respondeu ao chamado. Natural de Pedró​​gão do Alentejo, vive aqui há 50 anos. Depois de lhe fazer o teste, Sandra fica logo mais alegre: «A dona Rosa anda a portar-se muito bem. Tem 172 de colesterol e 125 de glicemia, valores muito bons para depois da refeição». O marido da alentejana tem um problema oncológico e já perdeu um rim, por isso faz uma dieta regrada. A mulher, solidária, come o mesmo que ele e só beneficia com isso.
 

O ar feliz de Rosa Carapinha perante os bons resultados dos testes à glicemia e ao colesterol
 
A equipa da farmácia desespera com o comportamento descuidado persistente de alguns utentes. «Há uma senhora, por exemplo, que está a fazer bolos desde o dia 12 e não a convencemos a aceitar o desafio», refere, desconsolada, Sandra. «Nós alertamos, mas a forma como as pessoas reagem faz parte do seu percurso. Não critico ninguém porque come peixe, carne, só por ser vegetariana.» Marina mete-se na conversa: «Dás a tua orientação».
 
O reformado da GNR António Félix também passa nos testes com distinção. O resultado foi condicionado por um medicamento que está a tomar para «baixar o colesterol», confessa. Na mesa de Natal há sempre bacalhau com couves. Nada que suplante os tempos em que andava na azeitona. Apesar da miséria, «fritava-se uma presa para se beber um copo de vinho e dançava-se e cantava-se com moças casadas e solteiras». Hoje sai de casa no dia de Natal e «não há um lugar para beber café.»
 
Dizem-lhe que por ter participado nesta iniciativa pode ganhar um cabaz de Natal, sorteado pela Casa dos Animais de Lisboa. Sai da farmácia com um sorriso estampado na cara. Talvez o cabaz traga ao Natal deste ano um novo colorido. Com conta, peso e medida.​

 
 

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