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5 novembro 2017
Texto de Maria João Veloso Texto de Maria João Veloso Fotografia de Pedro Loureiro Fotografia de Pedro Loureiro

Retalhos de vida

​​O valor do tempo para um médico de província.

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Com 88 anos de vida e um entusiamo contagiante, Luís Silva dedicou a sua vida à medicina, mais concretamente à cardiologia. Cerca de 40 anos no antigo hospital da Misericórdia e outros tantos no Hospital de Santa Luzia, em Elvas. À parte disso montou consultório em 1960 na Rua da Feira, dentro das muralhas da cidade. O décor mantém-se o mesmo há 57 anos. Uma vez lá dentro dá a sensação que se faz uma viagem no tempo. A profissão ainda é exercida à moda antiga. É isso com certeza que procura um paciente que o interpela em plena Praça da República. «Ali no consultório ainda dá consultas doutor?». O cardiologista tem a resposta na ponta da língua: «Segundas, Quartas e quintas, das 11h às 13h». O interlocutor assume que além de precisar de ser visto, será uma boa ocasião para dois dedos de prosa. 

Ali não há pressas. Se há coisa que o médico sempre transmitiu aos seus assistentes, é que perante um paciente se deve «mostrar boa cara, não dar a sensação de pressa, deixar o doente falar e só de seguida orientar o interrogatório como entender.» Uma fórmula simples que o faz ser reconhecido na rua e receber marcações informais de consultas. 

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