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1 março 2019
Texto de Carlos Enes Texto de Carlos Enes Fotografia de Ricardo Castelo Fotografia de Ricardo Castelo

Portugal luta pela Saúde

​​​​​​​​​​679 farmácias enfrentam processos de penhora e insolvência.

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Os portugueses estão a assinar em massa a petição à Assembleia da República “Salvar as Farmácias, Cumprir o SNS”. O documento pede aos deputados um pacote de medidas para evitar a falência de 25 por cento das farmácias e que garantam a igualdade do direito à Saúde em qualquer ponto do território (ver página 12).
 
Neste momento, 679 farmácias enfrentam processos de penhora e insolvência, mais quatro do que no início do ano. «Ainda há uma farmácia próxima de cada português, mesmo nas terras onde fechou a extensão do centro de saúde, a escola, o tribunal e outros serviços públicos. É isso que está em risco», alerta a petição.
 

 
O bastonário da Ordem dos Médicos foi um dos primeiros subscritores. «O acesso dos doentes aos medicamentos está mais uma vez em risco», justificou Miguel Guimarães. Para os médicos, a crise das farmácias ameaça a Saúde Pública e a coesão territorial. «Uma em cada quatro farmácias está em risco de fechar. São as farmácias que muitas vezes estão nas regiões que já são mais desfavorecidas, mais periféricas, em que o acesso aos cuidados de Saúde já é mais difícil», alertou o bastonário.
 
A Ordem dos Enfermeiros (OE) partilha desta preocupação. «Sobretudo nas zonas mais rurais, onde encerraram imensos centros de saúde, onde os centros de Saúde não têm profissionais, as farmácias são um ponto importantíssimo de prestação de cuidados às pessoas e de coesão territorial», afirmou a bastonária. Ana Rita Cavaco assinou a petição na Farmácia Nova de Famões, Odivelas, que tem uma enfermeira nos seus quadros, como previsto num protocolo celebrado entre a OE e a Associação Nacional das Farmácias. «Esta farmácia é um exemplo, porque presta cuidados de enfermagem às pessoas, quando muitas vezes o centro de Saúde não o consegue fazer», declarou Ana Rita Cavaco.
 

  
A bastonária da Ordem dos Farmacêuticos acompanhou ambas as cerimónias de assinatura. «A Saúde não se faz exclusivamente nos hospitais. Há uma parte muito importante de prevenção e cuidados de proximidade que as farmácias asseguram, em cooperação com os outros profissionais de saúde», declarou Ana Paula Martins. «Queremos que o Governo olhe para o alvará que nos dá e perceba que, mais do que um acordo financeiro, nós pretendemos um acordo profissional, para garantir que os portugueses têm acesso igual ao medicamento e a serviços farmacêuticos em qualquer ponto do território», disse a bastonária.