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9 junho 2017
Texto de Sónia Balasteiro Texto de Sónia Balasteiro Fotografia de Céu Guarda Fotografia de Céu Guarda

Por um sorriso de criança

​​​​​​​No dia 25 de Maio, o Programa Abem celebrou o primeiro aniversário, em Rio de Mouro,​ com presentes para bebés. 

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Verónica Duarte, de 36 anos, ficou recentemente sozinha com três filhos. E, em dia de aniversário do Programa Abem, da Associação Dignitude, no Centro Comunitário Paroquial de Rio de Mouro, veio receber o cabaz para o seu bebé de dois meses. Lá dentro estão bens essenciais dos quais precisa: fraldas, gel de banho, creme, papa. «Vai ajudar-me a sustentar os meus filhos», explica a jovem. 

Verónica não veio apenas pelo cabaz. Uma ajuda «preciosa» que passou a receber no dia 25 de Maio é o cartão Abem. Permite-lhe ir à farmácia levantar todos os medicamentos. «Tenho epilepsia. O cartão vai ajudar-me com a medicação e também quando os meus filhos estiverem doentinhos», diz. 

Verónica é um dos 745 beneficiários do programa Abem em Rio de Mouro, lançado no Centro Comunitário há precisamente um ano. Como o seu bebé, há 141 crianças abrangidas pelo programa. 


Em Rio de Mouro, o dia é de alegria e azáfama. Vieram 24 voluntários das instituições parceiras dedicar um dia aos outros. Primeiro, é preciso montar os 47 cabazes para bebés. Cada um leva fraldas, produtos de higiene e papas. «São bens imprescindíveis», refere o diácono Carlos Martins, sublinhando que «são necessários todos os meses do ano». 

Em torno das mesas, os voluntários não param. Juntam os produtos dentro do mesmo saco, com uma dedicatória a cada uma das crianças. Há bom-humor, trabalho de equipa e vontade de ajudar. 

 
Dulce Serrão é uma das voluntárias e continua o seu trabalho, enquanto conversa. «Vim, essencialmente, para ajudar os outros. Dar um bocadinho de mim. Se toda a gente contribuir um bocadinho, esses bocadinhos todos juntos vão realmente construir algo em prol de quem não tem nada». 

José Estevão, de 51 anos, é novato em voluntariado. «Pertencemos a um grupo de pessoas privilegiadas, temos mais do que o básico para a nossa vivência diária», diz. E aproveita para elogiar a iniciativa da Dignitude. «Abrange desde os recém-nascidos ao avô, portanto cobre as necessidades básicas das novas gerações, mas também daquelas pessoas que no fim da sua vida necessitam de imensa dignidade. Um dia, quando for velhote, também quero ter a minha dignidade e não sei se mais tarde não precisarei também».

 
Maria de Fátima Martins precisa dessa dignidade. Aos 49 anos, com o marido desempregado, recebeu o seu cartão há um ano, após fazer duas cirurgias. «Ajuda bastante a ter acesso aos medicamentos», conta a beneficiária.

É à Farmácia Serra das Minas, perto do centro, que os beneficiários vão buscar os medicamentos prescritos pelo médico. «Esta é uma população muito carenciada e nós, na farmácia, sentimos isso todos os dias», diz a sempre sorridente Maria Celeste Santos, da farmácia. Hoje veio apenas como voluntária. 

A filha, Joana Santos, é a directora-técnica da Serra das Minas. «Para nós, este programa foi óptimo, porque permitiu o acesso ao medicamento a todos». A carência, continua a farmacêutica, na zona de Rio de Mouro, mantém-se. «Às vezes, até tem tendência a piorar. Há pessoas desempregadas, com muitos filhos. E situações complicadas a nível de carência económica». Por isso, espera que «haja cada vez mais referenciações». 

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A Farmácia Silveira, aberta no Fórum Sintra, também já participa no programa e Vanessa Moreira, directora-técnica, fez questão de estar presente na entrega dos cabazes para bebés. «Fomos contactados, devido à parceria com a Dignitude e quisemos participar. É a nossa comunidade». ​