No Canadá, foram vários os serviços implementados nas farmácias em resultado da pandemia: a testagem rápida, a distribuição de testes PCR e recolha de amostras, a prescrição e dispensa de paxlovid, a vacinação… Todos remunerados, variando os valores conforme a jurisdição. Alguns acabaram incorporados na carteira de serviços da rede, permanecendo até hoje, revela o farmacêutico Sherif Guorgui. «Em Ontário, por exemplo, foi aprovada regulamentação sobre point of care testing e sobre a possibilidade de as farmácias intervirem em afeções menores». Para o também presidente da Secção de Farmácia Comunitária da FIP, é claro que a política no seu país evoluiu no sentido de replicar e potenciar os resultados positivos alcançados durante a crise sanitária. Mas, avisa, «foi preciso haver vontade do Governo, que compreende o valor e a economia do negócio. Que entende que quem presta um serviço, tem de ser compensado por isso».
A COVID-19 forneceu aos farmacêuticos uma oportunidade de manifestação real do seu valor no sistema de Saúde. «A nossa permanência nas farmácias fez de nós uma espécie de heróis e cimentou-nos como profissionais de saúde na frente dos cuidados primários. Isso adicionou outra camada de apreciação do valor que entregamos». Contudo, acrescenta, havia muitos anos de trabalho prévio a comprovar uma continuidade nos resultados e organizações fortes a advogar em permanência os benefícios do setor e da profissão. Quando olham para nós numa perspetiva quantitativa, veem que os serviços que fornecemos aliviam muita da pressão no sistema de Saúde, e que isso resulta também em muitas poupanças», mas cabe à classe atrair esse olhar. Somos nós quem tem de demonstrar o nosso valor».
