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30 novembro 2018
Texto de Jaime Pina (Médico, Fundação Portuguesa do Pulmão) Texto de Jaime Pina (Médico, Fundação Portuguesa do Pulmão)

Perder peso faz bem a tudo

​​​​​As consequências respiratórias do excesso de peso.

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A obesidade tem uma relação directa com artroses, depressão, doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, diabetes, fígado gordo, cancro, cálculos na vesícula biliar e no rim, disfunção eréctil, infertilidade.

O excesso de peso afecta também o aparelho respiratório, com destaque para a apneia obstrutiva do sono, hipoventilação da obesidade, asma brônquica e complicações da gripe. Uma pessoa tem excesso de peso quando o índice de massa corporal é igual ou superior a 30 kg por metro quadrado.

As apneias nocturnas são paragens da respiração durante o sono, quase sempre associadas a roncopatia (ressonar). A maioria só se apercebe porque sente excesso de sono durante o dia e tem despertares nocturnos recorrentes, por vezes com sensação de asfixia. Outro sintoma é a fadiga diurna e diminuição da concentração. A hipoventilação traduz-se na incapacidade de uma respiração eficaz para oxigenar adequadamente o sangue. O excesso de peso sobre o tórax aumenta o esforço de respirar e diminui os movimentos respiratórios. Ambas as situações têm um ponto comum: deficiente oxigenação do sangue, com consequências ao nível da memória, concentração ou impotência sexual. A hipersonolência diurna afecta a vida familiar, social e profissional. Está na origem de múltiplos acidentes de viação: estes doentes têm sete vezes mais acidentes rodoviários. No aparelho cardiovascular verifica-se subida da tensão arterial e arritmias que podem levar a acidentes isquémicos do coração e do cérebro, por vezes fatais. Estes doentes têm maior probabilidade de morte súbita, sobretudo durante o sono.

Outra situação ligada à obesidade é a asma brônquica. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que a doença afecte 200 milhões de pessoas no mundo. Recentemente tem sido individualizada uma forma de asma mais grave, associada à obesidade. Afecta sobretudo as mulheres e é mais difícil de controlar.

Tem-se registado um maior número de casos de pneumonia em obesos com gripe. Esta situação levou a Direcção-Geral da Saúde a incluir os obesos nos grupos de risco para a vacina da gripe.

No tempo dos nossos avós, a gordura era sinónimo de formosura. Hoje vemo-la como sinónimo de doença. Se tem peso a mais, está na altura de o reduzir. Se não o consegue fazer sozinho, não desista e peça ajuda. Vai ver que vai conseguir.
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