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17 dezembro 2016
Texto de Sónia Balasteiro Texto de Sónia Balasteiro Fotografia de Céu Guarda Fotografia de Céu Guarda

Pelos caminhos da Serra da Estrela

​​​​​​​​​​Uma visita à Serra da Estrela, seja coberta de neve, seja descoberta com os tons da natureza, começa perto do sopé, no CISE.

Uma serra imensa, de montanhas e vales que atingem, na Torre, o ponto mais alto de Portugal continental com os seus 1993 metros de altitude. Um mundo de biodiversidade e de espécies únicas que apenas existem nestas montanhas. 

Para descobrir este lugar simultaneamente inóspito e belo, pleno de formas de vida, o Centro de Interpretação da Serra da Estrela (CISE), em Seia, é o sítio por onde começar. 

Situado num parque natural de dois hectares, o CISE tem, há 16 anos, a missão de «recolher e divulgar conhecimento sobre flora, fauna e fungos, mas também sobre a água, a geologia, a geomorfologia e, claro, as tradições culturais» do Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE), começa por explicar a responsável, Ana Fonseca. 

Para se ter uma ideia da importância da cadeia montanhosa, que integra a Cordilheira Central, «tem 31 habitats importantes para a conservação da fauna e da flora, no âmbito da Rede Natura 2000», elucida a guia. Mas entremos no CISE.

Na exposição permanente, na sala Espaço e Território, a Serra da Estrela é integrada no planeta Terra e na região Centro de Portugal de uma forma lúdica e interactiva. 

É aqui que percebemos a história geológica da Estrela, e percebemos que há cerca dois milhões de anos entrámos na era quaternária, intervalada entre períodos glaciares e interglaciares, como o que vivemos actualmente. Durante esse tempo, a Serra da Estrela esteve coberta por glaciares, que deixaram as suas marcas nos vales glaciares de Manteigas e de Loriga.

Também as Lagoas da Estrela, cheias de biodiversidade e segredos, têm direito a uma sala. Aqui percebemos que o Vale do Rossim, por exemplo, só existe porque foi construída uma barragem – a Lagoa Comprida. E aprendemos qu​e os poços de Louriga, que se vêem da Torre, alimentavam o glaciar com o mesmo nome. 

«Temos também sempre exposições temporárias dedicadas à serra, de maior duração ou mais pontuais», continua Ana, apresentando a mostra ‘Gentes e Ofícios da Estrela’, que retrata, precisamente, a vida dedicada aos rebanhos e produtos deles derivados que ainda habita a montanha. 

A participação em projectos científicos, como aconteceu com elaboração do livro Plantas Aromáticas e Medicinais da Serra da Estrela – Guia Etnobotânico, resultado de um levantamento realizado no PNSE; actividades outdoor, como passeios fotográficos e cursossão algumas das muitas ofertas do CISE. 

Para os amantes de turismo de natureza que querem mais do que descansar, o organismo disponibiliza folhetos informativos relativos a 14 percursos pedestres de pequena rota pela serra, organizados em colaboração com a associação Aldeias de Montanha, desde o Vale do Rossim a Vide. Há ainda, conclui a bióloga, «a Grande Rota da Estrela que liga vários destes percursos». Toda a informação AQUI. 
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