Política de utilização de Cookies em Revista Saúda Este website utiliza cookies que asseguram funcionalidades para uma melhor navegação.
Ao continuar a navegar, está a concordar com a utilização de cookies e com os novos termos e condições de privacidade.
Aceitar
15 março 2016
Texto de Jaime Pina (médico) Texto de Jaime Pina (médico)

Os antibióticos e as superbactérias

​​​​​​​O uso incorrecto e indiscriminado de antibióticos está a tornar algumas bactérias resistentes a todos os tratamentos conhecidos.

​O Homem tem mantido, desde sempre, uma luta permanente contra os microrganismos que lhe causam doença. Mesmo nas civilizações mais antigas, há indícios da utilização de substâncias naturais no combate às infecções.

Na história dessa luta, o ano de 1928 – ano em que o cientista inglês Alexander Fleming descobriu a penicilina – marca o início da “era dos antibióticos”, fármacos maravilhosos que vieram mudar a evolução sanitária e demográfica da espécie humana, contribuindo para o aumento da esperança de vida.

Mas se o início dessa história foi marcado pela esperança da vitória definitiva contra as infecções mais temíveis (tuberculose, tifo, cólera, pneumonias e tantas outras) 87 anos volvidos o que existe é uma grande preocupação relativamente à emergência de bactérias resistentes à maioria e, em alguns casos, à totalidade dos antibióticos. São as chamadas superbactérias.

De entre as causas para o seu aparecimento, o uso indiscriminado e incorrecto dos antibióticos está à cabeça: a automedicação, a utilização de antibióticos em situações em que não estão indicados (por exemplo, nas viroses) ou a sua utilização incorrecta (não cumprimento da posologia diária ou do tempo total de tratamento), contam-se entre as principais causas deste fenómeno.

Apesar da solução do problema ter várias componentes, que passam pela adopção de regras muito precisas aquando da prescrição de antibióticos, há comportamentos muito  simples que contribuem para que as bactérias não adquiram resistência a estes fármacos.

Assim, não se esqueça:

Tenha comportamentos de higiene que diminuam as infecções e, assim, a necessidade de tratamentos com antibióticos: lave frequentemente as mãos com água e sabão. 
Cozinhe bem os alimentos.

Use as vacinas disponíveis para evitar as infecções. Quanto menos infecções, menos antibióticos.

Nunca tome antibióticos por sua iniciativa. Os antibióticos só devem ser tomados quando prescritos pelo seu médico.

Respeite a posologia que lhe foi aconselhada: tome o antibiótico às horas que lhe foram indicadas.

Cumpra o prazo de tratamento que lhe foi prescrito: não pare o tratamento antes do tempo que lhe foi indicado, mesmo que já se sinta melhor.

Se sentir algum tipo de intolerância, não interrompa o tratamento por sua iniciativa. Avise o seu médico e cumpra as indicações que ele lhe der. Com estas medidas tão simples estará a dar um importante contributo para que não se amplie este problema, já considerado um grave problema de Saúde Pública.
Notícias relacionadas
Links relacionados