Política de utilização de Cookies em Revista Saúda Este website utiliza cookies que asseguram funcionalidades para uma melhor navegação.
Ao continuar a navegar, está a concordar com a utilização de cookies e com os novos termos e condições de privacidade.
Aceitar
4 agosto 2018
Texto de Nuno Monteiro Pereira (Urologista e Andrologista) Texto de Nuno Monteiro Pereira (Urologista e Andrologista)

O triunfo da cana-de-açúcar

​​​​​​​​Disfunção eréctil não é uma fatalidade para os diabéticos.

Tags
A disfunção eréctil, como incapacidade persistente para obter e manter uma erecção satisfatória para o coito, afecta muitos homens diabéticos e pode ser o primeiro sinal de diabetes.

Há vários tratamentos mas é preferível uma terapêutica oral, caso resulte.

A diabetes provoca obstrução das artérias do pénis por diminuição do aporte de sangue. Ao mesmo tempo provoca lesão do tecido muscular peniano, o que dificulta o mecanismo de encerramento das veias do pénis e perturba a função dos nervos periféricos. É essa causa que determina a gravidade da disfunção eréctil. O problema apresenta-se cinco vezes mais no diabético: entre 35 a 50 por cento dos homens com diabetes têm problemas erécteis.

Existem factores que aumentam o grau de risco de um diabético vir a sofrer de disfunção eréctil. O tempo de duração da doença é dos mais marcantes. Quase todos os diabéticos com mais de 15 anos de doença, mesmo equilibrada com terapêutica oral ou insulínica, têm algum grau de disfunção eréctil, frequentemente grave. Os doentes com diabetes apenas controlada por dieta têm menos probabilidades de ter problemas do que os diabéticos com terapêutica oral ou insulina.

Entre os diabéticos a fazer terapêutica oral ou insulina a incidência é semelhante.

As terapêuticas orais que surgiram nos últimos 20 anos vieram trazer uma nova esperança. Em geral os comprimidos são tomados cerca de uma hora antes do início da actividade sexual e os preliminares eróticos devem ser estimulados. A janela de acção dura entre oito e 36 horas, conforme o tipo de fármaco. Os efeitos colaterais são muito raros. Apenas está absolutamente contra-indicada a co-administração de terapêutica cardíaca com nitratos, sob qualquer forma. Os estudos clínicos realizados mostram uma eficácia clínica de 40 a 50 por cento.

Quando a medicação oral falha, existem alternativas. A injecção no pénis de uma substância vasoactiva, administrada pelo próprio doente, é eficaz em muitos casos, tendo um risco mínimo. A cirurgia de implantação de prótese peniana representa o último recurso para os diabéticos com disfunção eréctil grave. Só quando existe a certeza da irrecuperabilidade do tecido cavernoso é que se pondera a implantação de uma prótese, mas isso é frequente acontecer nestes doentes. Independentemente do tipo de prótese, a sua aplicação proporciona uma vida sexual normal em 80 a 90 por cento dos doentes.
Notícias relacionadas