Catarina Furtado repara em tudo à sua volta, nada lhe escapa. E preocupa-se com as pessoas. Diz que a sua «missão de vida, como cidadã e voluntária, é apoiar quem mais precisa».
Enquanto embaixadora das Nações Unidas para a população e documentarista para os “Príncipes do Nada”, viajou pelo mundo acumulando experiências e formou uma consciência cívica. Que se repercute nas iniciativas promovidas pela sua associação “Corações com Coroa” e no testemunho inspirador que dá em “O Que Vejo e Não Esqueço” (A Esfera dos Livros, 2015).
O livro é «uma reflexão sobre aquilo que tenho visto e as minhas inquietações – talvez seja ainda o meu espírito de jornalista», brinca. Ao mesmo tempo é «um apelo à acção, a ser solidário». Fala de assimetrias profundas e de realidades que muitos desconhecem, noutros continentes mas também em Portugal. As histórias são muitas e duras. «Este olhar para os outros é algo que aprendi logo em pequenina, na casa dos meus pais [a mãe foi professora e o pai, Joaquim Furtado, também jornalista]», expõe Catarina.
«Curiosamente, este livro tem-me levado a muitos lados. Sou frequentemente convidada para ir a escolas e universidades no país inteiro, falar sobre o livro e as minhas experiências. É das coisas que mais gosto de fazer. Pegar no carro e ir ter com os jovens, passar uma tarde inteira a conversar. Adoro. O ano passado reservei uma semana da minha vida para ir às escolas que me convidaram. Este ano quero repetir. Aprendi imenso com eles, sabe? E sinto que é gratificante espalhar a sementinha da esperança, do voluntariado... Fico tão feliz», confessa.