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8 outubro 2017
Texto de Irina Fernandes Texto de Irina Fernandes Fotografia de Miguel Ribeiro Fernandes Fotografia de Miguel Ribeiro Fernandes

Nasceu o filho dos bombeiros

​​​​​​​​O último Bebé Saúda já mostra semelhanças com o pai.

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​10h50 da manhã. «Não há motivo para ir ao hospital. Não vamos lá fazer nada!», refila Vera. Hugo não está tranquilo. Na última noite, Vera teve contracções ritmadas, de 10 em 10 minutos. «O parto ia ser induzido no dia seguinte [dia 23 de Agosto, quarta-feira], às 41 semanas. O que é que eu ia fazer à maternidade? Nada!». 

Já no Centro Hospitalar Cova da Beira, na Covilhã, um anúncio inesperado surpreendeu o casal: Rodrigo ia, afinal, nascer mais cedo. Vera teve de ficar internada. «O bebé estava bem, mas quando fui observada pela médica disseram-me que iam induzir o parto».

O choro dominou a futura mãe. «Não queria ficar internada por duas razões: não tinha contracções e também não me tinha despedido da Margarida. Cheguei a dizer que assinava  o termo de responsabilidade».

16h49. Vera caminhou a custo para a sala de partos. O telemóvel tocou. «O meu irmão [Nélson Antunes] ligou-me precisamente quando piorei das contracções. Já no dia em que nasceu a Margarida ele ligou quando as águas rebentaram. Ele tem um sexto sentido…».

Com vários incêndios activos no distrito de Castelo Branco, Vera viveu as últimas horas de gravidez em sobressalto, com o coração apertado. No dia anterior ao parto, Hugo foi chamado para ajudar a combater o fogo que deflagrou na Serra da Gardunha, Fundão. Seria, dias mais tarde, convocado também para ajudar no incêndio que atingiu Oleiros.

Entre o corre-corre dos incêndios, o maior desejo de Vera concretizou-se: o amor venceu. Hugo viu o filho nascer. Teve, inclusive, um papel activo na sala de partos. «Não pude participar na fase da expulsão, mas ajudei a limpá-lo. Ele nasceu com o cordão umbilical à volta do pescoço, mas foi logo tudo resolvido».

Eram 19h05 quando Rodrigo Antunes da Silva se fez ouvir. Nasceu de parto natural e «muito parecido com o pai». «O Hugo, assim que viu o nosso filho, disse: “Eh, cabritinho!”, porque é um bebé grande».

Aos primeiros dias de vida, Rodrigo é, segundo descrevem os pais, um bebé «muito expressivo e dorminhoco». «Faz caretas muito giras e os seus sorrisos... Dorme bem, mama de três em três horas. É a alegria do nosso lar».

Com diagnóstico de pré-eclâmpsia, Vera teve alta seis dias depois de dar à luz. «As minhas análises pioravam de dia para dia. Só melhoraram a partir de domingo… Tinha edema nas mãos, pálpebras e pés…».

Mulher de fé, Vera acredita que o filho Rodrigo nasceu embalado pela mão do destino: «Se calhar foi um anjinho que nos mandou ir ao hospital. Só lá fui pela insistência do Hugo. Depois, acabei por ter a sorte de a minha prima estar de serviço e ajudar-me no parto. Por último, tive a mesma equipa médica que assistiu o parto da Margarida. Acho que foi mesmo tudo obra do destino», sublinha Vera.​​
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