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22 maio 2017
Texto de Maria Jorge Costa Texto de Maria Jorge Costa Fotografia de Pedro Loureiro Fotografia de Pedro Loureiro

Moniz não fecha a porta à política

Mas considera que os políticos de hoje não têm qualquer preparação e que ​há demasiados carreiristas.

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O percurso fala por si: é um homem de acção, que já foi assediado para saltar para a política mas que sempre recusou. José Eduardo Moniz explica, de uma vez por todas, porque tem recusado, mas não fecha a porta, «até porque posso vir a achar graça a isso», afirma.

 
São duas as razões para ter recusado até hoje dar o salto para a política. Por um lado, por acreditar que a entrada na política é uma viagem sem retorno ao jornalismo e, claramente, ainda gostar de se sentir jornalista. Por outro lado, a fraca qualidade e preparação dos políticos actuais. «Olho para a política e para os protagonistas hoje em dia e não me sinto seduzido», afirma. «A seguir ao 25 de Abril tivemos políticos de uma envergadura enorme, mas à medida que os anos foram passando fomos assistindo à tomada de poder por terceiras e quartas linhas, gente sem qualquer preparação, sem prestígio».

 
Para o consultor da TVI, seria muito difícil conviver com o que chama de «carreiristas da política. Ter que lidar com muita dessa gente é um factor inibitório para mim». Para Moniz ser político, para estar no Parlamento sem falar e limitar-se a «levantar e sentar, não tem relevância. Acho que não se está a defender o país e depois entra-se nos jogos habituais, e eu não tenho paciência para isso. Para se estar na política, tem de se ter objectivos. Só isso justifica querer o poder. «Senão para que serve? Para se dizer que se é primeiro-ministro? Para se dizer que se é ministro, secretário de Estado? O que é que faz? O que é que se obtém? É a mesma coisa no caso de director de televisão. Porquê? Se não trouxermos novidade, inovação, se não alinharmos pelas melhores práticas internacionais, não vale a pena». A seguir ao 25 de Abril «tínhamos projectos mobilizadores, de Mário Soares, Sá Carneiro. Tínhamos modelos de sociedade para seguir. Hoje em dia não temos nada, assistimos a uma lógica do band-aid: temos um buraco e pomos um penso em cima. É evidente que o penso vai estoirar. Temos de fazer muito mais do que isso. Quem vai fazer isso? Talvez a geração dos meus filhos possa fazer alguma coisa», conclui esperançado.

 
 

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