José Martins Nunes, presidente do comité de fundraising do Programa Abem, da Associação Dignitude, foi nomeado alto-comissário para a Saúde Global.
Em termos concretos, o objectivo é reforçar o diálogo com outros parceiros a nível mundial no contexto da União Europeia, da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) no domínio dos desafios da saúde global. Está em causa o fortalecimento dos sistemas de saúde; a resistência antimicrobiana; a preparação para uma pandemia ou para ameaças globais na área da saúde; o acesso a medicamentos; a revolução da “saúde digital” e a segurança alimentar; e a persecução dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável relacionados com a saúde. A abordagem a utilizar é designada por “Saúde em Todas as Políticas”. O objectivo - adianta Martins Nunes - é «reforçar a posição de Portugal, que já integra a Cimeira Mundial da Saúde e é membro da M8 Alliance, na nova diplomacia, própria dos países mais desenvolvidos».
Entre os principais desafios está a formalização de «programas ajustados às recomendações quer da OMS, quer do Banco Mundial, quer das várias organizações e entidades, e também as relacionadas com as recomendações da Cimeira Mundial de Saúde».
«Esta é uma oportunidade para desenvolver esforços no sentido de estarmos presentes nas grandes decisões de saúde global, seja a nível das recomendações e das decisões da Cimeira Mundial da Saúde, seja por via das políticas de outros países nessa matéria, e de organizações como o Banco Mundial, a OMS e a ONU», refere o alto-comissário.
José Martins Nunes preside agora a um grupo de trabalho que tem como principal função elaborar um Plano de Acção para a Saúde Global 2018-2019 e fazer o acompanhamento da implementação das medidas definidas na resolução do conselho de ministros que esteve na origem desta nomeação, a 12 de Julho.
Entre as medidas previstas está também o encorajamento da comunidade científica, das instituições de ensino superior e das instituições de saúde, para desenvolver a investigação em «temas relevantes no contexto da saúde global, em conformidade com a estratégia mundial de investigação da OMS».
No plano da investigação, deverá ser tida em conta a gestão de doenças infecciosas em países de baixo rendimento; a governação para a equidade em saúde em países em desenvolvimento; a oportunidade e os desafios na translação da inovação para a prestação de cuidados de saúde; a educação biomédica num mundo em mudança; a redução da mortalidade materna, neonatal e infantil; e a saúde sexual e reprodutiva.
