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3 maio 2019
Texto de Marta Xavier Cuntim (psicóloga) Texto de Marta Xavier Cuntim (psicóloga)

Mamã, sexy e feliz

​​​​​​​Seja mulher 24 horas por dia.

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Ser mãe é o trabalho mais exigente que existe. Não se pode ser mãe das 9h às 18h e ser mulher no que resta das 24 horas diárias. Ser mãe é uma tarefa que exige total atenção e dedicação.

Além do trabalho, a mulher conjuga as tarefas domésticas, os filhos e ela própria. São vários os estudos que indicam o número de horas a mais que as mulheres trabalham diariamente, em comparação com os homens. Para além da diferença de ordenados.

A sociedade ainda é muito dura e exigente com as mães. São vistas como responsáveis por tudo, não lhes sendo permitido falhar um milímetro.

No meio das tarefas todas, ainda lhe é exigido que esteja bonita, bem-disposta e sorridente. Ora, não é isso que queremos exigir às nossas supermulheres. Queremos, antes de mais, que se lembrem que também existem enquanto mulheres.

Costuma-se dizer na terapia de casal que 1+1=3. Queremos com isto afirmar que existem duas pessoas diferentes (1+1) e os próprios enquanto seres individuais formam um casal (3).

O mesmo é válido para as mães. É muito fácil fundir-se apenas no papel de mãe e deixar de existir enquanto mulher.

Deixo algumas sugestões para as mães não se perderem nesse papel e conseguirem ver-se enquanto mulheres:

  • Reconheça as limitações e peça ajuda. Esta é capaz de ser a mais difícil. São poucas as pessoas que admitem limitações, dúvidas e receios, e pedem ajuda. Uma mãe pedir ajuda para descansar ou dormir pode não ser bem visto pela família/sociedade. Nem todas as mães reagem da mesma forma à gravidez e pós-parto. Pedir a alguém que fique com o bebé enquanto vai descansar pode ser o necessário para manter a sanidade mental. O pai pode ficar com o bebé enquanto a mãe vai tomar um banho de imersão, ao cabeleireiro, tomar um café com amigas – o que a faça sentir-se bem.

  • A opinião das outras pessoas não importa. Toda a gente tem opiniões. Oiça e retenha o que importa. O que não lhe é útil, descarte.

  • Faça durante a maternidade o que fazia antes de ser mãe. Se antes gostava de se arranjar, preocupar-se com a imagem, não é por ser mãe e estar em casa que deve descurar estes cuidados. A vontade pode ser nula, mas vestir uma roupa em vez de ter o pijama vestido todo o dia pode fazer diferença.

  • Não se obrigue a entrar na roupa que usava antes de engravidar. Se é como a generalidade das mulheres, engorda durante a gravidez. E mesmo depois de ter o bebé continua com uns quilos a mais. Não se obrigue a entrar na roupa pequena. Não lhe vai fazer bem! Compre algumas peças de roupa que lhe assentem bem e a façam sentir sexy, e aos poucos vá tentando perder o peso a mais.

  • Namorar. O bebé nasce e toda a atenção está direccionada para ele, mas é importante lembrar-se que existe outra pessoa. Quando o bebé dorme, aproveitem para namorar, ver um filme, conversar. Nos dias em que estão em casa, saiam para passear, almoçar fora. Basicamente, façam o que faziam antes a dois. A proximidade e intimidade são importantes para a vida do casal.

  • Relações sexuais no pós-parto. Com o parto, o corpo muda e é preciso esperar algum tempo para voltar a ter relações sexuais. Importa lembrar que há mais relação sexual além da penetração. O contacto físico, a intimidade, a proximidade são actividades que dão mais prazer do que a penetração. É verdade que pode ter ganho uns quilinhos, mas o mais certo é isso ser mais importante para si do que para o seu parceiro.

Seja no papel de mãe ou noutro, a mulher tem de sentir-se bem com ela própria, tal como antes de ter filhos. O corpo muda, as hormonas não ajudam, as preocupações e rotinas são outras, mas não está só. Há um pai, avós, tios, amigos que podem ajudar nas alturas mais difíceis e cansativas. Não lhe é exigido que faça tudo sozinha. Acima de tudo, lembre-se que não é apenas mãe e que há uma mulher dentro de si que precisa de se sentir bem e confiante.
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